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Arqueólogos pesquisam sítios no Parque Lapa Grande

IEF - www.ief.mg.gov.br
07 de Mai de 2009

Pesquisa no interior do Parque Estadual Lapa Grande, em Montes Claros, no Norte de Minas, identificou 47 sítios arqueológicos. O trabalho está sendo realizado pelo pesquisador e professor Lucas Bueno, do Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais.

As escavações do pesquisador do Museu de Ciências Naturais, que resultaram na identificação de sítios, estão sendo realizadas desde 2006, data de criação do parque, com recursos do CNPq e apoio do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Existem mais de 60 grutas e abrigos cadastrados, entre elas a Lapa Pintada com ocorrência de pinturas rupestres.

Alguns dos sítios identificados são a céu aberto, motivo de preocupação para o pesquisador, já que eles são fundamentais para compreender a dinâmica da ocupação. "A maioria dos sítios encontra-se em grutas e lapas, porém muitos estão a céu aberto, vamos mapear estas áreas para garantir a preservação", afirma Bueno.

"O que torna essa região ainda mais especial é o fato de haver condições ótimas de preservação nos abrigos para conservação de vestígios vegetais. Difíceis de serem preservados nos solos tropicais do Brasil, os vestígios vegetais aparecem em abundância nos abrigos do Parque Estadual Lapa Grande. Entre estes vestígios temos encontrado grãos e espigas de milho, sementes de abóbora e pequi, vestígios de mandioca e feijão, além de inúmeras ouras sementes, cascas e frutos de vegetais comestíveis nativos de área de cerrado", relata o pesquisador.

Os resultados da pesquisa sobre a ocupação pré-histórica confirmaram a datação de objetos, de 8.500 anos atrás, encontrados na década de 1970 por pesquisadores canadenses. A perspectiva do trabalho atual é encontrar outras ossadas, como as já retiradas da área por pesquisadores amadores de Montes Claros, nos anos de 1950.

Preservação e gestão do patrimônio

Além do complexo de grutas, onde se encontram vários sítios arqueológicos, o Parque Estadual Lapa Grande abriga as nascentes do rio Pai João (conhecido na região como Córrego dos Bois), responsável pelo abastecimento de cerca de 30% da população de Montes Claros.

Desde 2008, a unidade de conservação possui Conselho Consultivo, órgão que prevê a representação do governo estadual, prefeitura, sociedade civil organizada e setor produtivo e brigada de incêndio com 54 voluntários.

O parque possui Plano de Gestão Anual, que inclui ações de Educação Ambiental executadas no interior e no entorno. Apesar de ainda não ter Plano de Manejo, ferramenta que entre outras definições, indica as áreas de uso público e áreas destinadas à preservação, o IEF tem estimulado pesquisas científicas que serão incorporadas ao Plano de Manejo. De acordo com a gerente do parque, Aneliza Melo, o Plano de Manejo será elaborado até o final de 2010 e deverá integrar os resultados da pesquisa arqueológica.

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