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Arena Corinthians gasta mais água do que rivais na capital

OESP, Metrópole, p. A11
22 de Jun de 2015

Arena Corinthians gasta mais água do que rivais na capital
Consumo médio no estádio alvinegro em 2015 é de 5 milhões de litros

Fabio Leite e Rafael Italiani

O estádio do Corinthians é o que mais gasta água da Sabesp na capital paulista. De janeiro a maio, o consumo médio registrado na arena alvinegra em Itaquera, na zona leste, foi de 5 milhões de litros, volume equivalente ao dos estádios dos rivais São Paulo (2,9 milhões) e Palmeiras (2,1 milhões) juntos.
A maior parte da água é destinada à irrigação do gramado. Os estádios corintiano e palmeirense possuem um sistema de captação de água da chuva, exigido pela Fifa, para esse serviço. O São Paulo informou que, após o início da crise hídrica, passou a usar a água de uma mina para cuidar do campo. "Normalmente, a água de reúso é mais do que suficiente, e já é usada em gramas e jardins pela cidade", afirma Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
A diferença de consumo entre os estádios do Corinthians e dos rivais tende a ser maior porque, no caso do São Paulo, o clube não informou qual das quatro contas de água ligadas à instituição refere-se ao estádio do Morumbi. A reportagem considerou todas elas para calcular a média de consumo. Na Vila Belmiro, estádio do Santos, o consumo foi de 2,7 milhões de litros. O litoral, contudo, não sofre com a crise hídrica.
Abastecida pelo Sistema Alto Tietê, segundo manancial mais crítico da Grande São Paulo (20,5% da capacidade), a arena corintiana recebeu cerca de 525 mil torcedores em 17 jogos oficiais do clube nos cinco primeiros meses do ano, a maior média da capital, mas inferior à soma dos públicos no Allianz Parque (396 mil) e no Morumbi (264 mil). O cálculo não inclui shows e outros eventos.
Em fevereiro, por exemplo, o consumo de água potável no estádio alvinegro atingiu o pico de 7,2 milhões de litros, gasto maior do que o registrado em junho de 2014 (5,1 milhões), quando a arena recebeu quatro jogos da Copa do Mundo, com a capacidade ampliada para mais de 60 mil torcedores. Esse volume seria suficiente para abastecer 500 residências durante um mês.
Em nota, o Corinthians informou que havia um "vazamento interno escondido que demorou para ser encontrado". Segundo o clube, o problema "foi solucionado e a conta voltou ao consumo normal". As faturas emitidas pela Sabesp em abril e maio mostram queda do gasto para 2,4 milhões e 2,1 milhões de litros, respectivamente.

Fidelidade. Os quatro grandes clubes do futebol paulista têm o chamado contrato de Demanda Firme com a Sabesp, que concede tarifas vantajosas a grandes consumidores (mais de 500 mil litros por mês) em troca de fidelidade.
No caso do Palmeiras, porém, o consumo do Allianz Parque não está incluído no contrato porque a conta está em nome da Construtora WTorre, que administra a arena. O estádio fica na Pompeia, zona oeste, abastecida pelo Sistema Cantareira, o mais crítico (-9,3% da capacidade), operando dentro do volume morto.
Já o estádio são-paulino fica no Morumbi, zona sul, área de abrangência do Sistema Guarapiranga, que tinha neste domingo, 21, 75,8% da capacidade e tem sido usado pela Sabesp para socorrer bairros atendidos antes pelo Cantareira.

OESP, 22/06/2015, Metrópole, p. A11

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