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Área indígena é demarcada após 8 anos de conflito

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
28 de Fev de 2003

Equipe da Polícia Federal de Dourados e Ponta Porã acompanhou, durante toda a tarde de ontem, o trabalho do técnico da Funai, vindo de Brasília

Após oito anos de conflitos, o geógrafo e agrimensor da Funai Milton dos Santos Alves, com apoio da Polícia Federal, iniciou, ontem à tarde, a demarcação das terras na Aldeia Panambizinho. Agentes de Dourados e de Ponta Porã permaneceram toda a tarde junto com o técnico, mas não houve nenhuma tentativa de resistência por parte dos colonos. A expectativa era mesmo de tranquilidade, já que, na noite de quarta-feira, logo após um protesto, os colonos reuniram-se com os procuradores federais e decidiram não interferir no trabalho da Funai, permitindo a demarcação de forma pacífica.
O técnico percorreu toda a extensão da área de 1.180 hectares, num total de seis quilômetros, implantando piquetes com auxílio de vários equipamentos para definir os pontos onde serão colocados os marcos. Ao todo serão seis postes de concreto, pesando 200 quilos cada um, que vão determinar que aquela região é propriedade dos índios. Esses marcos deverão ser colocados hoje com máquinas próprias para esse trabalho e, até amanhã, todo o serviço deverá estar concluído.
O delegado da Polícia Federal Lásaro Moreira e o procurador Ramiro Rockembach, durante a reunião de quarta-feira à noite, explicaram aos colonos que sem a demarcação a União não libera o recurso para a indenização. Por outro lado, houve a garantia dos próprios índios de que, a partir desse trabalho, eles não iriam invadir nenhum lote até abril de 2004, prazo máximo solicitado pelo Governo federal para resolver o problema e também para que os colonos possam colher toda a safra.
Hoje, no final da tarde, os índios devem fazer uma grande festa na Aldeia panambizinho, para comemorar o que é considerado por eles uma vitória, mesmo que ainda parcialmente. Deverão participar, além das autoridades que estão intermediando e encaminhando toda a negociação, alguns representantes dos produtores, selando o acordo e garantindo convivência pacífica com os indígenas, até que o Governo cumpra o que foi prometido.

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