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Arcebispo alerta para possíveis prejuízos socioambientais causados pelo Complexo Rio Madeira

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Cristiane Ribeiro
04 de Mai de 2006

O arcebispo de Porto Velho, Dom Moacir Grecki, disse que é preciso observar o "ponto de vista social e ético" do projeto de construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira. Segundo ele, apesar da Igreja não ter uma posição técnica, defende que "realmente sejam feitos estudos sérios sobre a garantia do não-prejuízo ambiental e dos povos ribeirinhos ou atingidos pela água".

Grecki disse que ainda não há um posicionamento unânime da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o complexo do Rio Madeira, mas que a Igreja está preocupada com o futuro das populações que vivem às margens do rio e dependem da pesca para sobreviver.

Ainda segundo Grecki, o próprio governo deveria promover reuniões com as comunidades que serão atingidas com a construção das hidrelétricas para esclarecer dúvidas. "Isto porque os benefícios para a localidade às vezes são pura ilusão. Às vezes, mesmo quem mora perto da usina não tem luz em casa", afirmou.

A CNBB lançou hoje (4) a edição 2005 do caderno de conflitos no campo para marcar a abertura das discussões sobre o Complexo Rio Madeira entre organizações não-governamentais, movimentos sociais e governo.

Elaborado pela Comissão Pastoral da Terra, a coleção traz uma coletânea dos problemas agrários enfrentados por populações indígenas, quilombolas e trabalhadores sem-terra na região Norte do país.

O encontro das ONGs e movimentos sociais sobre o complexo Rio Madeira termina no sábado. Amanhã, os debates vão contar com a participação de representantes de Furnas Centrais Elétricas e dos ministérios do Meio Ambiente e Minas e Energia.

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