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APIB visita povos indígenas do Mato Grosso do Sul

Coiab - http://www.coiab.com.br/coiab.php?dest=show&back=index&id=331&tipo=N
06 de Abr de 2009

A APIB - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil se reunirão em Campo Grande, no Estado do Mato Grossa do Sul, dos dias 14 a 17 de abril, para construir uma agenda política para os povos indígenas da região, fortalecer a integração inter-regional das organizações indígenas do país e conhecer a realidade dos povos Guarani-kaiow'a e Terena. A visita será feita a convite da ARPINPAN - Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal.

De acordo com o coordenador da ARPINPAN, Ramão Vieira Terena, os povos indígenas do Mato Grosso do Sul enfrentam várias ameaças, tais como o pequeno espaço de seu território e a instalação de plantações de soja e usinas de álcool em volta de suas terras. "Além de conflitos com fazendeiros, a falta de terra afeta saúde e educação, pois sem área para plantar ficamos desnutridos, e nem temos para espaço para construir política pública", avalia.

A comissão da APIB visitará o acampamento indígena Mãe Terra, no município de Miranda, (MS). O povo Terena reivindica a conclusão de homologação desta terra. "Eles sofrem muito porque são 5 mil índios vivendo em 2.588 hectares, área insuficiente para sua sobrevivência", afirma Ramão.

Guarani-Kaiowá
Mais de 27.500 indígenas Guarani-Kaiowá habitam o Estado do Mato Grosso do Sul. Estima-se que no Estado a desnutrição afeta pelo menos 600 crianças indígenas. Na região de Amambaí, há 180 crianças com problemas severos decorrentes da insuficiência na alimentação. Nos últimos três anos, mais de 53 crianças indígenas morreram por desnutrição.

Somente no ano de 2007, 43 Guaranis foram assassinados e outros cometeram suicídio, e muitos tornaram-se vítimas de alcoolismo. Na raiz desta situação está a omissão do Governo Federal Brasileiro que não garante que a FUNAI realize o trabalho de identificação e demarcação das terras indígenas, não elabora políticas públicas voltadas para esta população, não protege adequadamente aos povos indígenas contra a violência, discriminação e criminalização de suas lideranças, e não garantia de acesso aos territórios tradicionais dos povos indígenas, conforme o que está previsto na Constituição federal.

As matas, onde os Guarani-Kaiowá podiam coletar alimentos como as frutas, o mel, caça, pescado e a matéria-prima para fazerem suas casas e utensílios, foram roubadas e destruídas por fazendeiros. Esta situação será agravada com a implantação das 30 usinas de cana de açúcar previstas para aquele Estado nos próximos três anos.

A APIB é formada pela COIAB, APOINME - Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espiríto Santo; ARPINSUL - Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul e ARPINPAN - Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal.

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