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Apesar de histórico da CTNBio, prazo para aprovação pode ser mais curto

OESP, Vida, p. A19
08 de Ago de 2007

Apesar de histórico da CTNBio, prazo para aprovação pode ser mais curto

Lígia Formenti e Herton Escobar

O histórico de tramitação dos pedidos de liberação comercial de plantas transgênicas na CTNBio é pouco animador para pesquisadores e empresas. Em mais de dez anos, apenas três produtos foram aprovados no País: uma variedade de soja, uma de algodão e uma de milho. Pelo menos dez outros produtos aguardam há anos na fila para serem levados ao mercado. A tecnologia enfrenta forte resistência de grupos ambientalistas e da agricultura familiar.
"Espero que não leve dez anos para conseguirmos a aprovação; isso certamente inviabilizaria investimentos futuros", disse o gerente de Biotecnologia da Basf no Brasil, Luiz Carlos Louzano. "Temos que botar o pé no chão e seguir em frente. Não dá para negligenciar a importância do Brasil na agricultura."

Além da soja, outros projetos de plantas transgênicas estão em fase adiantada na Embrapa. O cartel de pesquisas inclui variedades geneticamente modificadas de feijão, cana-de-açúcar, milho e algodão. "Vivemos uma nova fase. Há dez anos não tínhamos ambiente para investimento", observa o gerente-geral de Transferência de Tecnologia da empresa, José Roberto Rodrigues Peres. "Mas agora, com mecanismos criados, como a Lei de Sementes, de Inovação Tecnológica e a Lei de Biossegurança, um impulso foi dado para cooperações tecno-científicas."

Peres reconhece que a estimativa para aprovação da nova soja transgênica é otimista. "Acreditamos que, nesse caso, o prazo para avaliação seja menor, sobretudo porque já há uma semente liberada para plantio e que é usada em larga escala", disse.

A única soja transgênica aprovada no Brasil até agora utiliza um gene da Monsanto, também inserido em variedades (germoplasma) da Embrapa. A diferença, no caso da Basf, é que a transformação da planta foi toda desenvolvida no Brasil. "Não somos apenas usuários, mas parceiros diretos na construção da tecnologia", destacou o diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França.

OESP, 08/08/2007, Vida, p. A19

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