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Aos oito anos, CPB ajuda a aprimorar a lista internacional de espécies ameaçadas

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Aldo Vasconcelos
27 de Out de 2009

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB) completou oito anos no último dia 18 de outubro. Uma confraternização entre seus servidores marcou a celebração da data. Com atuação voltada principalmente à pesquisa sobre os primatas brasileiros mais ameaçados, os resultados do CPB repercutem na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção.

Na mais recente avaliação coordenada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), responsável por elaborar e divulgar a lista internacional de espécies ameaçadas, a participação do CPB foi decisiva. Os dados gerados pelas pesquisas do Centro fundamentaram a alteração da categoria de ameaça do guigó Callicebus coimbrai e do guariba Alouatta ululata, e a inclusão do macaco-prego-galego (Cebus flavius).

O Projeto Ululata, integrante dos esforços do CPB voltados aos primatas da Amazônia, resultou na ampliação da distribuição geográfica conhecida para o Alouatta ululata em cerca de 300km ao sul, além do registro de novas populações nos estados de Ceará e Piauí. Assim, a espécie saiu da categoria mais grave de ameaça, criticamente em perigo, para em perigo.

Essa mesma recategorização ocorreu com o Callicebus coimbrai, com base na nova estimativa da população total remanescente da espécie gerada pelo Projeto Guigó: cerca de 2.000 indivíduos. Esse projeto é componente dos esforços do CPB voltados aos primatas da Mata Atlântica e Caatinga. A nova estimativa foi possível pela descoberta de 20 novas áreas de ocorrência da espécie em Sergipe.

Quanto ao macaco-prego-galego, a pesquisa iniciou pela validação taxonômica da espécie, que tinha sido descrita há mais de 200 anos e foi redescoberta pelo CPB, acrescentando, assim, mais uma espécie à já megadiversa lista de primatas brasileiros.

Com o Projeto Flavius, também na Mata Atlântica e Caatinga, foram registradas praticamente todas as 12 populações conhecidas da espécie em Alagoas, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. Esses dados levaram à inclusão de Cebus flavius na Lista Vermelha da IUCN, já na categoria de criticamente em perigo.

POTENCIAL - Segundo o biólogo Leandro Jerusalinsky, chefe do CPB, essas alterações na lista da IUCN demonstram o potencial das pesquisas dentro do ICMBio e o reconhecimento internacional aos resultados dos projetos do Centro, que foram cruciais para avaliar corretamente o estado de conservação dessas espécies.

Assim, os esforços para ampliar o conhecimento sobre as populações dessas e de outras espécies deve ser mantido como foco central do CPB nos próximos anos. Essas ações servirão não só para diagnosticar sua situação, mas principalmente para embasar ações efetivas visando reverter esse quadro de ameaça. "Propomos que essas ações incluam, por exemplo, a criação de unidades de conservação, já que não encontramos populações dessas três espécies dentro de UC federais de proteção integral", afirma Leandro.

Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280

Núcleo de Comunicação e Marketing do CPB/ICMBio
(83) 3222-3036

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