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Antropólogos visitam desaldeados

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
05 de Nov de 2002

MISÉRIA ENTRE ÍNDIOS - Entrega do relatório da Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti, que está sendo reivindicada, será feita somente em 2002

A Funai pede prazo até março de 2003 para entregar relatório antropológico da Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti, que está sendo reivindicada por um grupo de índios caiuás-guaranis. Esse grupo viveu no local, chamado de Aldeia Taquara, por quase três anos e foi despejado no ano passado por determinação judicial, já que o proprietário da área conseguiu a reintegração de posse. Essas famílias, lideradas pelo cacique Marcos Verón, estão hoje desaldeadas e vivendo às margens da MS-156, próximo ao Porto Cambira, em Dourados, passando por diversas dificuldades.

Ontem o procurador do Ministério Público Federal Charles Stevan da Motta Pessoa esteve no acampamento juntamente com dois antropólogos da Funai, de Brasília, os quais fazem parte do Departamento de Delimitação e Demarcação de Terras do órgão. Alceu Cotia e Ruth da Silva repassaram aos índios a situação atual do processo e informaram que até março será entregue o relatório, que após analisado poderá resultar na identificação daquela área como de domínio indígena.

O procurador da República, que chegou a sugerir uma ação contra a Funai para que esse relatório fosse concluído com maior rapidez, explicou aos líderes indígenas que agora, com esse prazo, pelo menos existe uma expectativa de conclusão. O relatório está nas mãos de uma antropóloga da Funai há praticamente três meses e a justificativa para a demora na conclusão é que ela seria funcionária do órgão e teria também outras atribuições. Alceu Cotia garantiu aos índios que essa pessoa a partir de agora deverá ficar à disposição apenas para esse trabalho.

Alerta
O cacique Marcos Verón e seu filho Araldo Verón, falando em nome da comunidade, alertaram os antropólogos da Funai sobre a possibilidade de voltarem à Fazenda Brasília do Sul ou Aldeia Taquara, como eles conhecem. Araldo disse que o grupo tem apoio de diversas aldeias da região para voltarem ao local e aguardar o resultado do relatório, dentro das terras que eles garantem terem sido de seus antepassados. Araldo considerou uma injustiça o fato de estarem desaldeados e passando dificuldades enquanto poderiam estar em sua própria aldeia.

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