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Antropólogo defendeu em palestra mais assistência aos índios

Dourados News-Dourados-MT
16 de Mar de 2004

Durante palestra para 250 produtores rurais realizada na noite de ontem, na sede do Sindicato Rural de Dourados, o antropólogo social e professor da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Tarlei de Aragão defendeu que o governo federal, através da Funai (Fundação Nacional do Índio), dê mais assistência às comunidades indígenas, principalmente garantindo a alimentação das famílias, ao invés de distribuir terras.

Falando sobre direitos indígenas, Constituição Federal e direito de propriedade, Aragão lembrou que os índios brasileiros não tem tradição de praticar uma agricultura mais abrangente, exceto alguns grupos como os terenas que tem relativa vocação para essa atividade. "O que eles precisam é de mais apoio. Precisam receber comida, assistência médica e educação porque a miséria está em todo canto nas aldeias", afirmou.

O antropólogo fez a palestra à convite da Comissão de Assuntos Fundiários do Sindicato Rural que, aproveitando sua passagem pela cidade em viagem de pesquisa, promoveu o evento, diante do aumento dos conflitos de terras envolvendo índios e produtores rurais.

Aragão avaliou que a distribuição de terras -com a desapropriação de fazendas como quer a Funai, não resolverá a situação de pobreza entre as comunidades indígenas, porque o governo federal tem sido omisso em suas ações para dar uma vida digna às essas famílias.

Ele acusou a Funai de ser um orgão dirigido, geralmente, por pessoas não ligadas às causas indígenas. "São advogados, coronéis que assumem por indicação política".

Durante uma hora e meia, o palestrante abordou aspectos históricos da colonização do Brasil, o papel dos índios e o processo de ocupação de áreas que eram dos nativos e os motivos dos atuais conflitos fundiários.

Participaram da abertura da palestra o presidente do Sindicato Rural, Gino José Ferreira; o presidente da Comissão de Assuntos Fundários, Célio Vilella de Andrade; o vice-presidente da Famasul, Ari Basso, além do produtor Walter Magalhães que fez um relato da sua invasão da sua propriedade, fazenda Caiçara, em Juti por sem-terra.

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