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Ambientalistas fazem balanço do projeto Corredores Ecológicos

Portal Brasil - http://www.brasil.gov.br
05 de Nov de 2014

Desde terça (4) até essa quarta-feira (5), o projeto Corredores Ecológicos é tema de seminário em Brasília (DF), que reúne representantes do governo, sociedade civil e parceiros internacionais para apresentar os resultados de 10 anos de trabalho.

Nesses dois dias, os participantes farão o balanço e o intercâmbio das experiências entre os estados da Bahia, Espírito Santo e Amazonas, abrangidos pela iniciativa.

Os Corredores Ecológicos são áreas que possuem ecossistemas florestais prioritários para a conservação da biodiversidade na Amazônia e na Mata Atlântica, compostos por conjuntos de unidades de conservação, terras indígenas e áreas de interstício, ou seja, aquelas que não são formalmente protegidas.

A função dos Corredores Ecológicos é a efetiva proteção da natureza, reduzindo ou prevenindo a fragmentação de florestas existentes, por meio da conexão entre diferentes modalidades de áreas protegidas e outros espaços com diferentes usos do solo.

Segundo explica Tiago Barros, gerente de projetos especiais do Departamento de Áreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, em algumas partes da Amazônia havia um ambiente bastante íntegro, fazendo com que o projeto Corredores Ecológicos atuasse na fiscalização e inibição de atos ilícitos, como desmatamento e queimadas.

Por outro lado, na Mata Atlântica, que já vem sendo muito explorada, havia pouca área de vegetação remanescente. "No Espírito Santo e na Bahia, fizemos ações de reflorestamento, viveiros de mudas e capacitação de pequenos produtores rurais para recompor as áreas de Mata Atlântica. Trabalhamos junto às comunidades, levando informação para que identificassem no projeto uma oportunidade e não um entrave à atividade econômica", destacou o gerente.

O projeto começou com ações de fortalecimento institucional, com capacitação das pessoas que iriam trabalhar e oferta de equipamentos para a operacionalização das atividades, como computadores, máquinas fotográficas e veículos para locomoção. Na segunda fase, com o corpo técnico formado, iniciou-se o trabalho de campo junto às comunidades e aos pequenos produtores rurais.

Conexão entre pessoas e florestas

Durante o seminário, o representante da Comunidade Europeia Tierry Dudermel definiu o projeto como inovador desde o nascimento. "Passamos a ideia de conectividade entre pessoas e florestas para chegar a uma forma de desenvolvimento em harmonia com os ecossistemas", disse.

A representante do estado do Amazonas, Cristina Fischer, destacou que o projeto foi um marco na conservação ambiental. "Saímos de 8 milhões de hectares para mais de 18 milhões de áreas protegidas", comemorou.

Fabiano Novelli, do Espírito Santo, lembrou a importância dos pequenos produtores rurais na criação de sistemas agroflorestais previstos pelo Corredores Ecológicos. Marcelo Senhorio, da Bahia, ressaltou que o projeto formou muitos dos técnicos hoje atuantes no estado. "O projeto termina aqui, mas não acaba, porque foi incorporado à estrutura de gestão e às políticas públicas do estado da Bahia", apontou.

Entre os resultados alcançados está um novo modelo de sustentabilidade e uma nova relação das pessoas com seu meio ambiente. Cerca de 90% dos Corredores Ecológicos estão localizados em propriedades particulares (Reserva Particular de Patrimônio Natural, Reserva Legal e Área de Proteção Permanente).

Todas essas propriedades já têm ou estão em vias de ter o Cadastro Ambiental Rural (CAR) realizado. "O CAR é um grande instrumento ao qual estamos aliados", afirmou o diretor do Departamento de Áreas Protegidas do MMA, Sérgio Colaço, lembrando que a regularização fundiária é um dos maiores desafios a ser enfrentados.

Programação

A programação do seminário de terça-feira (4) contou com a exposição de casos de sucesso na Bahia - uma parceira com Ministério Público Estadual no programa Floresta Legal, no Espírito Santo - o projeto Viveiros de Mudas, e no Amazonas - a experiência no sistema de rádio-comunicação, entre outros.

Nesta quarta-feira (5), a programação continua com grupos de discussão sobre as dificuldades encontradas ao longo do projeto e buscar soluções por meio do intercâmbio de experiências. Os resultados das discussões serão sistematizados e publicados pelo MMA futuramente.

O projeto contou, ao longo desses anos, com o financiamento do Instituto Rain Forest Trust (RTF) / Banco Mundial, de 2002 a 2008, e com o Banco Alemão do Desenvolvimento (KFW), entre 2006 e 2014. No total, foram executados R$ 70,11 milhões.

http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/11/ambientalistas-fazem-bal…

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