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Ambientalistas fazem ato de repúdio contra ataques ao Ibama no caso da capivara Filó

Amazonas Atual - https://amazonasatual.com.br
01 de Mai de 2023

Ambientalistas fazem ato de repúdio contra ataques ao Ibama no caso da capivara Filó

1 de maio de 2023
Dia a Dia
Do ATUAL

MANAUS - Um grupo de ambientalistas, biólogos, veterinários, pesquisadores, ativistas e protetores ambientais realiza nesta terça-feira (02) em Manaus, a partir das 8h, um ato de repúdio contra os ataques ao sistema de proteção do meio ambiente, à ciência e à legislação ambiental no Brasil.

O objetivo é demonstrar apoio ao trabalho desenvolvido por servidores do Ibama na missão de proteger o patrimônio natural do país, a biodiversidade e os animais silvestres. A manifestação ocorrerá na sede da superintendência do órgão em Manaus, na rua Ministro João Gonçalves de Souza, S/N, bairro Distrito Industrial.

"A intenção do ato é demonstrar apoio aos servidores do Ibama, que nos últimos dias sofreram uma série de ataques. Queremos conscientizar a sociedade sobre os riscos relacionados ao uso de animais silvestres como pets e como a exploração sensacionalista deles nas redes sociais pode incentivar a captura e comércio ilegais desses animais", afirmou Diogo Lagroteria, médico veterinário especialista em fauna silvestre e um dos organizadores do ato.

Os ambientalistas lembram que a prática da capturar e manter animais silvestres em residências sem autorização é crime conforme Lei de Proteção à Fauna No 5.197 e à Lei de Crimes Ambientais No 9.605.

A legislação ambiental afirma que o uso desses animais de forma irregular pode causar danos severos ao ecossistema, aos ambientes naturais e ao trabalho de conservação da fauna e da flora brasileira.
Corte no orçamento

Nos últimos anos, o Ibama e outros órgãos ambientais federativos como ICMBio e Inpe sofreram inúmeros cortes de verbas, desmobilização de servidores e interferência na atuação em campo. O rombo orçamentário foi de 71% desde 2014, quando os repasses atingiram o maior patamar da história (R$ 13,3 bilhões), e em 2021, terceiro ano do governo Bolsonaro, as verbas destinadas ao sistema de proteção ambiental foram de apenas R$ 3,7 bilhões, conforme o relatório "O financiamento da gestão ambiental no Brasil", publicado pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os organizadores do ato de repúdio afirmam que além do aumento do desmatamento, uma das graves consequências da política antiambiental no Brasil foi a desestruturação dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), fundamentais para o resgate, recuperação e reintrodução de animais silvestres apreendidos em situações de maus tratos, abuso e/ou outros crimes ambientais. O Cetas também é utilizado para o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre zoonoses silvestres, conservação, manejo e saúde pública.

"O trabalho do Ibama e do Cetas é extremamente necessário e não pode ser desacreditado. Inúmeros animais chegam ao Cetas provenientes de ações humanas e da urbanização crescente", afirma Alessandra Nava, doutora em medicina veterinária e pesquisadora da Fiocruz.

"A narrativa de tentar descredibilizar os órgãos ambientais é antiga e vem sendo usada por essa corrente política que defende o uso predatório dos recursos naturais em prol de ganhos econômicos. Há muito a ser melhorado para reconstruir o sistema de proteção ambiental do nosso país. O trabalho é árduo, as leis ambientais precisam continuar a serem cumpridas e ataques só prejudicam", afirma Erika Schloemp, bióloga e ativista ambiental e uma das organizadoras do ato.

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