VOLTAR

Amazônia Sem Fogo faz balanço das ações no Brasil e apresenta nova fase na Bolívia

http://www.noticiasdaamazonia.com.br
23 de Mar de 2011

Programa Amazônia Sem Fogo anuncia a continuação regional da iniciativa em nível trilateral. O primeiro país amazônico a dar continuidade ao projeto será a Bolívia. Um balanço do Programa no Brasil e os detalhes sobre a expansão para os países amazônicos serão apresentados na manhã da quinta-feira, 24, a partir das 8h30, na Embaixada da Itália, em Brasília (SES Av. das Nações, Quadra 807, Lote 30).

O encontro conta com a participação do Ministério do Meio Ambiente, Embaixadas da Itália e Bolívia, Ibama, Corpo de Bombeiros, CAF, Agência Brasileira de Cooperação e outros parceiros do Programa. Durante o evento está prevista a apresentação dos resultados do Programa Bilateral Amazônia Sem Fogo no Brasil pelo coordenador geral do Programa, Roberto Bianchi. Também está prevista a palestra "Brasil, centro de referência regional para redução do fogo", apresentada por Carcius Azevedo dos Santos, coordenador do Ministério do Meio Ambiente no Amazônia Sem Fogo (2007 - 2010). A divulgação da continuidade do Programa em outros países amazônicos fica a cargo de André Galvão, analista da Agência Brasileira de Cooperação, Ministério de Relações Exteriores.

Ainda durante o evento, que acontece das 8h30 às 12h30, serão exibidos vídeos e apresentados relatos das experiências dos formadores nos estados.

O Programa

Desde 1999 o Amazônia Sem Fogo atua preventivamente com o objetivo de reduzir o fenômeno dos incêndios florestais e melhorar condições de vida dos produtores das comunidades rurais atendidas. O projeto - fruto de uma ação conjunta da Direção Geral da Cooperação Italiana, da Embaixada da Itália no Brasil e do Ministério do Meio Ambiente - formou multiplicadores que hoje já estão repassando às comunidades as técnicas desenvolvidas durante os doze meses em que participaram de dez módulos de diferentes assuntos relacionados às queimadas, realizados durante três dias por mês. O Programa formou 383 multiplicadores de um total de 97 municípios.

Desde o início até 2002 foi realizada a chamada fase emergencial, na qual foram alinhadas as ações do programa às ações do Ministério do Meio Ambiente para agir imediatamente em algumas áreas. Depois dessa etapa a atuação do Programa se concentrou não na prevenção e combate às queimadas, mas nas alternativas ao uso do fogo. Na terceira fase, iniciada em 2007, o programa concentrou as ações na formação técnica para lideranças comunitárias e técnicos para que, ao final de 2008, o processo desses quase dez anos de trabalho pudesse ser reproduzido nas comunidades. Para Bianchi, uma outra grande conquista do Programa foi a assinatura dos protocolos municipais, que demonstram a intenção dos participantes de continuar o trabalho e manter as parcerias. Foram mais de 64 municípios da Amazônia assumindo o compromisso com a prevenção e o controle do uso do fogo.

Foram mais de 613 mil quilômetros percorridos pelos participantes do programa nos rios e estradas amazônicas. "Hoje esses multiplicadores são responsáveis pela reprodução das técnicas de alternativas ao uso do fogo para dezenas de comunidades da Amazônia. O Programa segue agora para a Bolívia levando na bagagem resultados muito positivos no Brasil", comemora o coordenador geral do Programa, Roberto Bianchi.

Os números mostram que as alternativas ao uso do fogo podem fazer a diferença na redução das queimadas e desmatamento na Amazônia, Em Guarantã do Norte, Mato Grosso, redução nas queimadas chegou a 93%. Em Alta Floresta, também no Mato Grosso, a redução chegou a 98% em 2008 e a cidade recebeu do governo do estado um prêmio de R$ 300 mil por ser a cidade que menos realizou queimadas no estado no ano de 2008.

Uma das ações do Programa é a implantação das chamadas Unidades Demonstrativas, que servem como pontos de referência para a aplicação das técnicas abordadas e como ponto de encontro entre os multiplicadores e os comunitários. A instalação das Unidades foi realizada em propriedades de produtores rurais interessados no projeto ou em terrenos cedidos pelos municípios. No Acre, por exemplo, destaque para a experiência de uma unidade de mucunha preta, uma leguminosa que sobe na capoeira e a sufoca. Nela se planta feijão e tudo o que o produtor precisa plantar, pois ela nutre o solo, favorece a umidade e dispensa o uso do fogo.. De acordo com os coordenadores, também no Acre é possível citar exemplos de produtores que tinham uma renda de R$ 350,00 por mês e que hoje vendem anualmente cerca de 100 mil mudas de citrus a R$ 6,00 cada.

A Cooperação Italiana é a principal financiadora do Programa Amazônia Sem Fogo e já investiu desde de 1999 cerca de 10 milhões de euros. Também participam do Programa o Ibama/PrevFogo, o Serviço Florestal Brasileiro, Departamento de Execução Ambiental, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e das localidades onde está o programa, além de instituições e entidades locais que contribuem cedendo seus espaços para a realização dos módulos.

Para mais informações sobre o Programa acesse www.amazoniasemfogo.org.br

http://www.noticiasdaamazonia.com.br/16575-amazonia-sem-fogo-faz-balanc…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.