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Amapá quer investimentos para a criação do Parque do Tumucumaque

Folha do Amapá-Macapá-AP
20 de Jun de 2002

A criação do Parque Nacional do Tumucumaque (sul do Amapá), que será o maior do mundo, está perto de acontecer. Na última terça-feira a governadora do Estado, Dalva Figueiredo, e o secretário de Meio Ambiente, Antônio Farias, estiveram reunidos com o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, em Brasília, para discutir o assunto. O Governo do Estado quer que os municípios amapaenses que doarão terras para o parque recebam em troca investimentos, especialmente na área de infra-estrutura.
A reunião aconteceu no Ministério do Meio Ambiente. Além de Dalva e Farias estavam presentes os secretários de Estado do Planejamento, Antônio Filocreão, dos Transportes, Carlos Menescau, a secretária da Amazônia Legal, Mary Allegretti e o secretário nacional de Biodiversidade, José Pedro. A iniciativa de criar o parque é do próprio Governo Federal, sabendo que no Amapá 97% das florestas são preservadas em função do Programa de Desenvolvimento Sustentável, implantado em 1995, que prevê uma economia baseada na exploração controlada dos recursos naturais.
O projeto do Parque Nacional do Tumucumaque envolve uma área maior que muitos países europeus, com aproximadamente 3,8 milhões de hectares, abrangendo os municípios de Laranjal do Jari, Vitória do Jari, parte de Calçoene e Oiapoque. O objetivo do parque, claro, é garantir a preservação da densa floresta tropical que existe na região sul do Estado e, ao mesmo tempo, criar políticas e infra-estrutura para o ecoturismo. "Há parques nos Estados Unidos que vivem apenas da visita dos turistas", comenta Farias.
O parque será criado dentro de um programa específico do Governo Federal em parceria com o Banco Mundial (BID) e outros organismos internacionais que financiam a preservação do meio ambiente na América Latina. Dessas fontes é que sairão os recursos para a implantação do turismo ecológico no Tumucumaque.
Mas só isso não basta, diz o secretário. Como o parque provavelmente irá proibir a implantação de empresas que explorem os recursos naturais (no caso, as madeireiras, mineradoras e indústrias extrativas), a idéia é fazer com que o Governo Federal garanta investimentos de peso em infra-estrutura nos quatro municípios de entorno. Tudo isso foi dito na reunião.
Para chegar ao parque, por exemplo, será necessário asfaltar as estradas de Serra do Navio e Laranjal do Jari, além de investimentos em saneamento básico, água, energia e sistema de coleta de lixo. "Disso o Governo do Estado não abrirá mão", adianta Farias.
Marketing
Ainda não existe data definida para a criação do parque, mas ela pode acontecer no início de setembro, antes ou depois da Conferência Rio+10, em Johannesburgo, na África do Sul. Com o objetivo de divulgar o parque no exterior, o ministro do Meio Ambiente convidou a governadora do Amapá a fazer uma explanação sobre o parque em Nova York e em outros Estados americanos. Carvalho propôs ainda que técnicos do governo reúnam os prefeitos dos municípios do entorno do parque para a coleta de mais subsídios.
Por enquanto, o processo de criação do parque está em fase de audiências públicas. Uma foi realizada ontem em Serra do Navio e a próxima será dia 21 em Oiapoque. Nas audiências, a comunidade recebe informações de técnicos do Conselho Estadual de Meio Ambiente e do próprio Ministério do Meio Ambiente sobre o projeto do Tumucumaque. "Eles poderiam criar o parque à nossa revelia, mas não querem ter um problema político", explica Farias.
(-Folha do Amapá-Macapá-AP-20/06/02)

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