OESP, Geral, p. A8
11 de Out de 2004
Alheio ao debate, setor continua suas atividades
As atividades do chamado complexo soja, que vai da produção de sementes à fabricação dos derivados que chegam às prateleiras dos supermercados, seguem seu curso quase alheio às discussões em Brasília.
Produtores, corretores, exportadores e industriais gostariam que houvesse o marco legal, mas não deixam suas atividades de lado só porque ele ainda não existe.
O Brasil exporta 19,5 milhões de toneladas do grão, farelo e óleo, que rendem ao País US$ 10 bilhões por ano, a maior fatia do comércio exterior.
"Nunca sofremos qualquer restrição por ofertar grãos geneticamente modificados", revela o diretor da corretora Brasoja, Antônio Sartori, acostumado a lidar com compradores dos cinco continentes.
Apesar da ausência de restrições aos transgênicos, a comercialização está contida este ano. Quando a cotação chegou a R$ 52 pela saca de 60 quilos, no primeiro semestre, os produtores seguraram seus estoques esperando um preço ainda maior. O embargo temporário da China ao grão brasileiro e a entrada da safra norte-americana derrubaram a cotação para os atuais R$ 32. Dois milhões de toneladas ainda estão armazenados no País. "O agricultor quis esperar e pode colher um ovo podre", diz Sartori.
A Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) já tem a defesa preparada caso entidades ambientais contestem na Justiça o plantio de soja transgênica. "Nós entendemos que a Lei de Biossegurança de 1995 está em vigor", avisa o diretor jurídico da entidade, Nestor Hein. "As variedades da soja transgênica cultivadas no Estado são tecnologia aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança)." A legislação a que ele se refere foi contestada na Justiça pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em 1998, mas voltou a valer este ano. (E.O.)
OESP, 11/10/2004, Geral, p. A8
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