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Aldeias tangaraenses são atendidas pela rede municipal de ensino

Diário da Serra - http://www.diariodaserra.com.br/
Autor: Luciana Menoli
16 de Fev de 2011

Das 15 escolas indígenas implantadas nas aldeias apenas uma é estadual, a Malamalali da aldeia Rio Verde, mesmo assim, ocupa o prédio da Zozoiterô, municipal. Além de duas extensões municipais.
A educação indígena é específica, diferençada e bilíngue, tanto que os novos professores a serem contratados pelo município, com base no Teste Seletivo que está ocorrendo hoje na aldeia Rio Verde, devem ser indígenas ou aprovados pela comunidade, sendo bilíngues. A preocupação da coordenadora de Educação indígena do município, Tânia Vassélli Damasceno, ainda é com a interferência na cultura local. "Como professores que não tenham conhecimento da língua materna do povo Paresí, por exemplo, pode lecionar e alfabetizar crianças que só falam em sua língua materna e cujo português é o segundo idioma? Não queremos que os professores interfiram também na estrutura e cultura locais. Já tivemos muitos problemas neste caso, com geração de conflitos, e queremos que os professores em questão se adaptem perfeitamente à comunidade indígena, por isso a preferência por professores que já pertençam à etnia", explicou a coordenadora.
São 32 vagas nas séries iniciais e mais 12 para as disciplinas a serem preenchidas neste Seletivo, que tem início agora às 8h, para atender a uma demanda de 342 alunos do município, além dos alunos do ensino médio, sob a responsabilidade do estado. Esses alunos estão divididos em cerca de 40 turmas, entre a educação infantil, ensino fundamental, EJA e ensino médio., em 17 aldeias, sendo 15 escolas e mais duas extensões.
As escolas são denominadas de Escolas Municipais Indígenas (EMI), onde as aldeias do Rio Verde, onde funcionam as escolas Zozoiterô (municipal) e Malamalali (estadual) e do Formoso, onde funciona a EMI Formoso, têm respectivamente 5 e 4 salas de aula, além de possuírem laboratório de informática. A Zozoiterô tem uma extensão na aldeia Zanaqua. No caso da EE Malamalali, por conter o ensino médio, além da aldeia Rio Verde, atende a mais quatro aldeias próximas, Kotitiko, África, Kamãe e Kalanaza. Entre as maiores ainda estão as EMIs Cabeceira do Osso e Zolahainya, nas aldeias de Nova Esperança e Buriti, respec-tivamente, com 3 e 2 salas. As demais escolas, Felicidade (aldeia Manene), Iliocê (aldeia Iliocê), Kotitiko (aldeia Kotitiko e extensão na aldeia Kamãe), Sacre I (aldeia Sacre I), São José (aldeia Estivadinho), Konahetê (aldeia Zatemana), Ney Braga (aldeia Papagaio 2), Juba (aldeia Batizá), Sacre 0 (aldeia Sacre 0), Cabeceira do Sacre (aldeia Cabeceira do Sacre) e Queimada (aldeia Queimada), possuem apenas uma sala de aula cada, que é explorada em regime multisseriado.
De acordo com Genílson Kesomae, vereador representante da comunidade indígena tangaraense, o objetivo dessas escolas é acabar com o analfabetismo nas aldeias, em conformidade com a legislação vigente, além de proporcionar um desenvolvimento maior da nação indígena dentro do contexto brasileiro, com formação de representantes.
Quanto à infraestrutura, muitas são de madeira ainda e necessitam de reformas e construção de novas salas, como a Zozoiterô, da Rio Verde. A construção do prédio da Malamalali, também na Rio Verde, pelo estado, também está prevista, porém, sem data certa para que os recursos sejam destinados para essa construção. As aulas nas aldeias indígenas que fazem parte do município de Tangará da Serra têm início no dia 21, ou seja, na próxima segunda-feira, quando já estarão integrados ao corpo docente os professores aprovados no Seletivo de hoje. Cinquenta por cento da área do município de Tangará da Serra é terra indígena, ou da etnia Paresí ou da Haliti.

http://www.diariodaserra.com.br/showtangara.asp?codigo=146622

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