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Aldeia tem treinamento de associativismo e comércio

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Ronaldo Regis
01 de Jun de 2002

Cerca de 30 índios da etnia terena da Aldeia Córrego Seco, em Aquidauana, participaram da primeira etapa do Programa de Associativismo desenvolvido pela Fundação de Cultura de MS e Sebrae/MS. A aldeia, que fica a 20 quilômetros da cidade, é a primeira a receber este tipo de ação, que consiste em ensinar sobre constituição, vantagens e desvantagens de uma associação para comércio da produção.
A aldeia possui cerca de 160 moradores, em 26 famílias. Divididos em lotes, numa área de cerca de mil hectares, os terenas, agricultores por tradição, sustentam suas famílias com a produção de mandioca, abóbora, melancia, milho e feijão, sua maior fonte de renda.
O programa completo dura em torno de cinco meses e é dividido em seis módulos, incluindo palestra de orientação, seminário de Plano e Ação, seminário de Integração, curso de Viabilidade Econômica, curso de Comercialização e curso de Organização e Legalização. Na primeira etapa, que se encerrou ontem, os índios enumeraram uma série de dificuldades que enfrentam no dia-a dia para comercializarem os produtos agrícolas e artesanatos.
A intenção do programa, que também conta com uma parceria com o Instituto de Permacultura Cerrado-Pantanal, é organizar essa produção e encontrar novas possibilidades de faturamento.
O contato com os índios iniciou-se com um trabalho realizado pela bióloga Ivone Riquelme, pela ONG Ecoa - Ecologia e Ação, financiado pelo Global Environment Fund - GEF, em uma aldeia próxima do Córrego Seco. "Fazíamos um trabalho de preservação ambiental na Aldeia Limão Verde, quando os moradores do Córrego Seco nos procuraram e nos convidaram a iniciar um projeto semelhante na aldeia deles", explica Ivone. Ela disse que os índios se mostraram habilidosos no manejo com o artesanato. Foi então que resolveu procurar a Fundação de Cultura e o Sebrae/MS.
"Nesse primeiro contato, descobrimos que eles têm uma natureza muito rica em matéria-prima para utilizarem na produção do artesanato. Mas eles ainda não se dão conta disso. O próximo passo é trazer um especialista para mostrar-lhes todos os materiais disponíveis na aldeia e melhorar também o acabamento das peças, sempre com caracterização terena", revela Patrícia Salamene, técnica em artesanato da Fundação de Cultura, que crê no aumento da renda através do artesanato de qualidade, mas sem a perda do seu valor cultural.
Para Antônio Carlos, responsável pelo Programa de Associativismo do Sebrae/MS, a idéia é integrar a melhoria dos processos de produção agrícola, o que vem sendo trabalhado pelo Instituto de Permacultura Cerrado-Pantanal e produção artesanal, que será trabalhada pela Fundação de Cultura, em uma associação de produtores da aldeia.

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