Álcool e drogas são comuns entre índios, diz professor

O professor de Minas Gerais Pedro Ferreira da Silva, integrante da missão evangélica que presta orientações a indígenas de todo o País, faz um lamento: "o uso de álcool e drogas se tornou comum em algumas aldeias de Mato Grosso do Sul, grande parte entre adolescentes".
O problema acontece principalmente em duas aldeias de Dourados, município a 221 quilômetros de Campo Grande, onde está sendo feita a Operação Sucuri. Agentes da Funai (Fundação Nacional do Índio), Polícia Federal e Polícia Militar percorrem cerca de 3,5 mil hectares, que correspondem as aldeias Jaguapiru e Bororó. Locais onde habitam cerca de 10 mil índios.
A operação foi iniciada no dia 19 de julho. Desde então, seis armas de fogo, drogas, facas e garrafas de pinga, ainda não somadas, foram recolhidas.
Somente em uma rápida vistoria em Jaguapiru, no sábado passado, os fiscais apreenderam pelo menos cinco frascos com bebida alcoólica em posse de índios, além de 30 gramas de maconha encontrados com um adolescente de 14 anos.
O balanço de apreensões será divulgado no final do mês. O objetivo da operação é diminuir a criminalidade nas duas áreas, onde os índices mostram que a violência mais vem aumentando, em relação às aldeias brasileiras.
A Funai acredita que há grande influência de "brancos" na cultura indígena. Por isso, todos os acessos às duas áreas foram limitados aos índios ou com autorização da Funai. "Pessoas de fora vendem drogas e bebidas, e se cobram altos preços por produtos que seriam encontrados mais baratos na cidade", afirma Silva. O comércio está proibido nas duas aldeias.