VOLTAR

Acre reduz 10% no desmatamento e pequenas propriedades são desafio

G1 - http://g1.globo.com/
Autor: Caio Fulgencio
05 de Set de 2016

Secretaria de Meio Ambiente diz que desmatamento atual no AC é residual.
Redução chegou a 62% entre 2004 e 2015, de acordo com dados do Inpe.

Mesmo com a redução de 10% no desmatamento entre 2014 e 2015, o desafio do Acre ainda são as áreas onde ficam localizadas as pequenas propriedades, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) dizem que o estado acreano passou de 309 km² de terra desmatada para 279 km².

A diminuição é ainda maior se for levada em consideração a última década. O secretário Edgar de Deus, responsável pela pasta, diz que entre 2004 e 2015 o Acre reduziu 62%, saindo de 728 km² de área desmatada. "Hoje, nosso desmatamento é residual. Em torno de 80% do desmatamento é em pequenas propriedades de até 5 hectares. É o pequeno produtor rural, da agricultura familiar", diz.

Dados mais atuais do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), mostram que, entre agosto de 2015 e julho de 2016, o Acre contabilizou 38 km² de desmatamento. O número representa uma redução de 70% se for levado em consideração o período de agosto de 2014 até julho de 2015.

O secretário aponta que o trabalho consiste em, com a fiscalização dos órgãos ambientais, criar alternativas para que o pequeno produtor desmate o mínimo possível. Ele lembra que é permitido fazer o desmate dentro dos percentuais autorizados em cada propriedade. A ilegalidade nesse processo pode gerar multa que vão de R$ 1,5 mil a R$ 5 mil, dependendo do tipo de área e da quantidade de hectares.

"Estamos com todo o processo de fiscalização e oferecendo a alternativa de ocupar os 13% que temos de área aberta para que a floresta não seja mais pressionada. Estamos fazendo um pente fino, sabendo que o grosso do que acontece é da pequena produção. Não é proibido desmatar, mas muita gente faz de forma ilegal", ressalta.

Este ano, segundo Edgar de Deus, tem sido atípico no que diz respeito às queimadas, usadas muitas vezes para preparar a área de agricultura depois da derrubada. Para ele, é onde mora o perigo. A pouca quantidade de chuvas e as altas temperaturas podem acabar ocasionando danos ambientais maiores. Para se ter uma ideia, a Sema afirma que agosto teve 13 dias em que os termômetros chegaram a 37oC.

"É um cenário ideal para que aconteçam acidentes. Um pequeno produtor, por exemplo, vai queimar 1 ou 2 hectares para a agricultura familiar e perde controle porque está muito seco. Às vezes, isso vira 10 ou 20 vezes mais. Isso é ruim para ele, porque gera prejuízo, queimando produção, e tem a questão da fumaça. É importante destacar que, quando se perde o controle, o fogo pode entrar na mata virgem", finaliza.

http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2016/09/acre-reduz-10-no-desmatamen…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.