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Acre é o Estado que mais reduziu desmatamento e queimadas na Amazônia

Página 20 - http://pagina20.uol.com.br
03 de Set de 2010

No ano de 2002, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística deu início à publicação dos indicadores de desenvolvimento sustentável. Estes indicadores são divididos em 55 subtemas que vão de reciclagem de alumínio até o total bruto e líquido das emissões de poluentes na atmosfera. Sendo que sempre chamam bastante atenção os indicadores de desmatamento e queima das florestas brasileiras, com destaque para a Amazônia.

Os últimos dados foram divulgados nesta quarta-feira, 01 de setembro, e trazem uma especial referência ao estado do Acre, que reduziu o índice de queimadas e incêndios florestais em 93% entre 2007 e 2009, e fica em primeiro lugar neste item em todo o país. A média de redução no Brasil foi de 63%. O segundo estado na lista dos que mais reduziram as queimadas é Roraima (85%), seguido por Rondônia (84%). Por outro lado, os estados onde mais cresceram o número de focos de calor foram Sergipe (121%), Paraíba (56%) e Alagoas (41% de acréscimo).

O resultado positivo conquistado pelo Acre é resultado de uma série contínua de esforços para promover o desenvolvimento sustentável. São investimentos altos em criação de alternativa para os produtores rurais, sejam pequenos, médios ou grandes. Além da criação de políticas públicas que garantem a continuidade das melhorias.

O maior exemplo desta onda de mudanças culturais e de valores é o sucesso da Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal adotada no Governo de Binho Marques. Ela transformou agricultores, extrativistas, ribeirinhos e toda população que vive intimamente com a natureza em parceiros do governo na delicada tarefa de mostrar para os acreanos e para todo o mundo o valor da floresta viva.

Com investimento pesado, assistência técnica de qualidade e particularização do atendimento, qualidade adquirida a partir do Zoneamento Ecológico Econômico, já é possível identificar comunidades, polos e regiões inteiras onde os produtores trocaram o uso do fogo pelas leguminosas. A Zona de Atendimento Prioritário da BR-364, entre os municípios de Manoel Urbano e Tarauacá era uma região que ficava isolada do mundo durante metade do ano, mas agora conta com atendimento especializado e presença do governo de inverno a verão.

Além do investimento na produção sustentável, o Acre também investe na fiscalização e no controle das queimadas. O uso das tecnologias mais avançadas e as parcerias com várias instituições e a comunidade faz toda diferença. Técnicos e representantes de órgãos ambientais de vários estados brasileiros visitam o Acre para conhecer as tecnologias desenvolvidas, como o Sistema Estadual de Informações Ambientais (Seiam).

As imagens de satélites e aéreas varrem todo o estado, mapeando focos de calor e mudanças na cobertura florestal, os desmates. Essas informações são comparadas com dados de anos anteriores e com a base fundiária. Assim se descobre exatamente quanto cada propriedade perdeu de floresta por ano, e quem é o responsável.

A sensibilidade do poder executivo para a questão também ajuda. Este ano o governador do Acre, Binho Marques, decretou estado de alerta, colocando todas as secretarias que poderiam ajudar a disposição para evitar um desastre ambiental. Foi criada uma sala de situação que monitora as condições climáticas e as imagens de satélites 24 horas por dia. E várias equipes de fiscais e parceiros percorrem o estado por terra e por ar.

O combate ao fogo sensibiliza profundamente a população, que organizou passeatas nas ruas do centro da capital para protestar contra as queimadas. E várias instituições se articulam para combater o fogo e a própria ideia da queimada. Entre elas, a Secretaria e Meio Ambiente, Instituto de Meio Ambiente, Secretaria de Saúde, Ibama, Exército, polícia Militar e Federal, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Ministério Público Estadual e Federal, e todas as prefeituras municipais do Acre, entre várias outras parcerias, inclusive entidades civis organizadas, como sindicatos de produtores rurais, seringueiros, escolas e moradores das cidades.

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