VOLTAR

Acidente com van mata 17 índios, motorista e bombeiro em Recife

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: FÁBIO GUIBU
02 de Jun de 2005

Um acidente com uma van da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) provocou nesta quinta-feira a morte de 19 pessoas, entre elas 16 índios da tribo pancararu e um da etnia aticum, o motorista do veículo e um bombeiro que tentava fazer o resgate. No Estado, houve outras cinco mortes em decorrência das chuvas, segundo o último dado fornecido pela Defesa Civil.

O veículo capotou na BR-232, em Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana de Recife), e caiu no riacho Duas Unas. Apenas o índio pancararu Alfredo Gomes da Silva, 47, sobreviveu.

Durante a operação de socorro, o bombeiro Mário Antonio Gomes dos Santos, 30, se afogou. A corda de segurança que o prendia à margem se rompeu e ele foi arrastado pela correnteza.

Chovia forte no momento do acidente. O carro ficou sem controle ao passar sobre uma poça de água. Deslizou alguns metros, antes de capotar e cair na água. As equipes de socorro tiveram dificuldades para retirar o veículo, que ficou enganchado na tubulação de escoamento que passa sob a pista. Sete grupos de resgate trabalharam no local.

A coordenadora da Funasa no Estado, Ana Paula Cavalcanti de Pontes, disse que apenas 16 pessoas tinham autorização para viajar. Ela negou inicialmente que a van estivesse superlotada. Disse que o carro tinha capacidade para transportar 15 passageiros, além do motorista da fundação Antônio Fernando da Silva Barros, que também morreu.

Após a confirmação de que 18 pessoas estavam no veículo, o assessor da Funasa de Pernambuco, Luiz Torres, informou que os outros dois índios viajaram sem o conhecimento do órgão.

"Não quero morrer"

O acidente aconteceu por volta das 10h30, quando os índios retornavam a Jatobá, na região de Petrolândia, sertão pernambucano. Eles foram a Recife para receber atendimento médico. Segundo o único sobrevivente, a van derrapou e capotou rapidamente. "Quando o carro caiu na água, as pessoas gritavam, e eu pensava: não quero morrer, não quero morrer", disse.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.