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19 de Mai de 2010
"A saga pela terra sem males" é o título da poesia campeã do Concurso Ava Marandu de 2010, realizado em Campo Grande. Redigido pelo estudante do curso de ciências biológicas da UEMS de Dourados, Leosmar Antônio, o trabalho objetivou mostrar o valor histórico e cultural da tradição indígena e a desvalorização que ela sofre pela sociedade atualmente.
O estudante descobriu o concurso, que é aberto a todos do Mercosul, pela internet e se interessou pela temática "cultura e direitos humanos dos povos guaranis" . Segundo ele, o trabalho foi redigido com o intuito da "sociedade valorizar mais a cultura indígena", diz. Para realizar o trabalho, o acadêmico fez uma retrospectiva sobre a vida da comunidade indígena. "Comecei com o período pré-colombiano, que era uma realidade totalmente diferente, era harmônico; com os colonizadores começam a discriminação e a perseguição", diz Leosmar Antônio.
No decorrer ele discorre sobre a realidade, como no verso "de terras imensas sem gente e de gente sem terra" e o desfecho "mostra que apesar de tudo, o guarani tem resistido e mantido a cultura, apesar de terem sofrido, eles se mantém", diz o vencedor do prêmio. O trabalho teve a coordenação da Professora da UEMS, Beatriz Landa e o prêmio, três computadores, deve ser entregue no final do mês.
Com o prêmio Leosmar diz-se surpreso, "me ligaram e eu nem acreditei, aliás, até agora não estou acreditando". Entretanto, agora, espera que o trabalho seja divulgado para que a sociedade valorize esse povo, pois "muitas vezes os indígenas são vistos como empecilho, os valores culturais e históricos são desconsiderados, os econômicos sempre ficam acima, espero que o texto atinja esse objetivo", finaliza o estudante, que é da etnia terena.
Confira a poesia:
A SAGA PELA TERRA SEM MALES
Bravos Guerreiros do Grande Povo Guarani!
Da Mãe Natureza és essência
Do simples frescor da Mata ao Yvy Poty
Da Alma do Universo à toda Existência
O Fogo da Morte a Terra Sem Males corrói
O brilho do Sol aos poucos se esconde
Diante do Espírito da Mata tudo se destrói
A Criação de Tupã o Fogo consome
Grande Povo, que clama, que chora
As Injustiças sofridas e seus Direitos violados
O Mbaraka, o Takuapu ecoam toda aurora
Seus gritos aflitos pelos Tekoha roubados
Vasto mundo, de contrastes que não findam
De Terras imensas sem Gente e de Gente sem Terra
De fartura exuberante e de Gente faminta
De tamanha riqueza e de tamanha pobreza
Bravos Guerreiros da imensa Terra Mãe
Do Teko simples, de cultura brilhante
Que aspiram as Profecias de Xamã
Da Terra Sem Males de Paz reinante
O sopro do vento cessa o Fogo ardente
O perfume das flores às luzes do Sol se aglutina
Das cinzas nascem vidas, brotam sementes
É o Avá, é o Guarani, radiante, tão esplêndido que germina!
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