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21 de Jul de 2024
13ª Mostra Ecofalante de Cinema
Por Mostra Ecofalante de Cinema | Reconhecido como o mais importante evento sul-americano para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema chega à sua 13ª edição. Com cardápio composto por 122 filmes, representando 24 países, as projeções, os debates e os encontros estão agendados para o período de 1o a 14 de agosto, com entrada franca. A cerimônia de abertura, para convidados, acontece em 31 de julho.
Este ano, a programação tem como grande novidade a criação de uma mostra competitiva intitulada Competição Territórios e Memória, dedicada exclusivamente a produções brasileiras. O evento, assim, abre maior espaço para o significativo crescimento verificado na realização no país de obras audiovisuais de caráter socioambiental. Permite ainda a discussão de questões referentes aos diferentes territórios do Brasil sejam eles geográficos ou simbólicos e de sua memória.
Estão programadas ainda outras dez seções: Panorama Internacional Contemporâneo, Panorama Histórico, Especial Emergência Climática, Especial ISA 30 anos: Por um Brasil Socioambiental, Competição Latino-americana, Concurso Curta Ecofalante, Sessões Especiais, Sessão Infantil e o Programa Ecofalante
Universidades.
Integram o circuito do festival as seguintes salas: Reserva Cultural - sala 2 e sala 3, Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo), Cine Satyros Bijou, Nave Coletiva, Circuito Spcine Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e 15 unidades do Circuito Spcine localizadas nos CEUs.
Do consagrado cineasta alemão Werner Herzog, O Fogo Interior: Um Réquiem para Katia e Maurice Krafft é uma das principais atrações do evento. O premiado longa-metragem apresenta imagens impactantes de erupções vulcânicas nesta homenagem a um casal de especialistas nesses fenômenos.
Três cineastas mulheres que marcam a cinematografia da América Latina são homenageadas na seção Panorama Histórico: a cubana Sara Gómez (1942-1974), a colombiana Marta Rodríguez e a venezuelana Margot Benacerraf, recém falecida no mês de maio. Exibido no Festival de Cannes, De Certa Maneira (1977), de Gómez, discute questões de raça e de classe através de um enredo que se passa nos bairros pobres de Havana logo após a Revolução Cubana de 1959. Já o clássico Araya, Inferno de Sal (1959), de Benacerraf, reúne três histórias ambientadas em uma das localidades mais áridas do planeta, marcada pela exploração do sal, e ganhou as telas dos festivais de Berlim, Locarno e Cannes. Por sua vez, Amor, Mulheres e Flores (1984), de Rodríguez e Jorge Silva, uma das atrações dos Cannes Classics do Festival de Cannes, focaliza, em tom feminino, histórias de vida e amor em meio a reivindicações dos trabalhadores da plantação de flores.
Os 30 anos da criação do ISA Instituto Socioambiental, uma organização dedicada a defender o meio ambiente, patrimônio cultural e os direitos dos povos indígenas, merecem a apresentação de nove filmes de sua produção, em uma parceria da Mostra Ecofalante de Cinema com a instituição. Destaca-se a estreia mundial de Mapear Mundos, no qual a diretora Mariana Lacerda rememora os avanços por organizações da sociedade civil, em um contexto de ditadura militar, pela garantia de direitos dos povos originários no Brasil. A exibição, em 3/08, é acompanhada por uma roda de conversa com a equipe do filme. Estão presentes na programação O Brasil Grande e os Índios Gigantes, assinados pelo premiado realizador Aurélio Michiles, e Terra Yanomami Celebra 30 Anos da Homologação, da dupla Fred Rahal e Carol Quintanilha, participação do escritor Davi Kopenawa, do ambientalista e escritor Ailton Krenak e do indigenista Sydney Possuelo.
Grandes personalidades emprestam seu prestígio ao longa Solo Comum, sobre a agricultura regenerativa e seus benefícios para o solo, para a nossa saúde e para a regulação do clima. Participam da obra os atores Laura Dern, Woody Harrelson, Donald Glover e Rosario Dawson. Um debate segue sua projeção, em 6/08, e conta com as presenças confirmadas do professor da USP, Jean Paul Metzger, e do biólogo Carlos Alberto Scaramuzza.
O Especial Emergência Climática traz a produção francesa Uma Vez Que Você Sabe , que aborda o iminente colapso ambiental do planeta, e os norte-americanos Arrasando Liberty Square, sobre gentrificação climática, e Filhos do Katrina, obra premiado no Festival de Tribeca sobre os efeitos dofuracão Katrina. Agendado para 2/08, após a projeção de Arrasando Liberty Square, um debate discute emergências climáticas, cidades resilientes e políticas públicas de inclusão.
Já a projeção belga Humano Não-Humano, de Natan Castay, promove um questionamento da noção de humanidade a partir de um trabalhador que passa noite e dia desfocando rostos no Google Street View por um centavo cada. O filme foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem documental nos Prêmios Magritte du Cinéma (Bélgica), recebeu menção honrosa no Doclisboa e foi selecionado para os festivais de Gotemburgo, Helsinque, Visions du Réel (Suíça) e para o Festival de Documentários de Montreal.
O ativismo dos povos indígenas para proteger os seus recursos e modo de vida diante da mineração e as hidrelétricas que ameaçam o abastecimento de água na América Central e do Sul é tema do longa Água é Vida!. A obra tem participação do ator mexicano Diego Luna, dos sucessos Rogue One: Uma História Star Wars e E Sua Mãe Também. Um debate sobre ativismo está agendado em seguida à sua projeção, em 10/08, com a presença do diretor do filme, o norte-americano Will Parrinello.
Programada para 5/08, a exibição de Breaking Social: O Fim do Contrato Social, de Fredrik Gerttenum, é seguida por debate em torno da taxação dos super-ricos, aqueles que recorrem aos paraísos fiscais e colhem lucros sem retribuir à sociedade.
Union, dos diretores Brett Story e Stephen Maing, registra uma das mais importantes vitórias trabalhistas da história: a conquista do primeiro local de trabalho sindicalizado da Amazon nos EUA, ocorrida em 2022. O filme, vencedor do prêmio especial do júri no badalado Festival de Sundance, tem sua projeção seguida por um debate sobre direitos trabalhistas, que acontece em 9/08, e conta com a presença do professor de sociologia Ricardo Antunes.
Em edição inaugural, a mostra competitiva Territórios e Memória selecionou um total de 27 filmes brasileiros, estando representados 11 estados e o Distrito Federal. Na programação estão os longas À Margem do Ouro, de Sandro Kakabadze; Anhangabaú, de Lufe Bollini; Black Rio! Black Power!, de Emilio Domingos; Eskawata Kayawai (O Espírito da Transformação), de Lara Jacoski e Patrick Belem; Favela do Papa, de Marco Antonio Pereira; Memórias da Chuva, de Wolney Oliveira; O Bixiga é Nosso!, de Rubens Crispim; O Contato, de Vicente Ferraz; Ouvidor, de Matias Borgström; Rejeito, de Pedro de Filippis; Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys; Sekhdese, de Graciela Guarani e Alice Gouveia; e Sociedade de Ferro - A Estrutura das Coisas, de Eduardo Rajabally.
Participam ainda da Competição Territórios e Memória os curtas-metragens A Bata do Milho, de Eduardo Liron e Renata; Mattar; A Chuva do Caju, de Alan Schvarsberg; Água Rasa, de Dani Drumond; Ava Yvy Pyte Ygua / Povo do Coração da Terra, do Coletivo Guahui Guyra; Despovoado, Ou Tudo Que a Gente Podia Ser, de Guilherme Xavier Ribeiro e estrelado por Rolando Boldrin; Interior da Terra, de Bianca Dacosta; Kwat e Jaí - Os Bebês Herois do Xingu, de Clarice Cardell; Mborairapé, de Roney Freitas; Nosso Terreiro, de Anna Rieper, Patrícia Medeiros, Ranyere Serra e Fernando Lucas Silva; Nunca Pensei Que Seria Assim, de Meibe Rodrigues; O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo; Onde a Floresta Acaba, de Otavio Cury; Retratos de Piratininga, de André Manfrim; e Sertão, América, de Marcela Ilha Bordin.
Conversas com diretores dos filmes estão previstas na programação. Entre os encontros previstos estão Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel (4/08); Amazônia, Arqueologia da Floresta Episódio 1 (Temporada 2) Terra Preta, obra inédita de de Tatiana Toffoli (7/08); Floresta, Um Jardim Que a Gente Cultiva, de Mari Corrêa (10/08) e A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (8/08).
Diretor do vencedor do Oscar A Marcha dos Pinguins, Luc Jacquet volta à Mostra Ecofalante de Cinema com o visualmente deslumbrante Antártica: Continente Magnético, uma aventura pela região do Polo Sul do planeta. O filme mereceu première no prestigioso Festival de Locarno, na Suíça.
A cantora Gaby Amarantos participa de SobreVivências: Clima de Risco, obra dirigida por Eduardo Rajabally sobre as mudanças climáticas que estão transformando nosso planeta de forma bastante radical. O filme integra a Sessão Especial Programa Ecofalante Universidades, projeto educacional da Ecofalante que promove exibições e debates socioambientais a escolas e universidades durante todo o ano. Esse título que estreia na Mostra vai entrar no catálogo, que é composto por mais de 250 títulos.
Já a Competição Latino-americana apresenta 17 títulos, representantes de dez países da região. Da Colômbia vem o longa Rio Vermelho, de Guillermo Quintero; e os curtas A Menos Que Bailemos, de Hanz Rippe Gabriel e Fernanda Pineda Palencia; Rio Vermelho, de Guillermo Quintero; e Yarokamena, de Andrés Jurado. As produções mexicanas selecionadas são Você Vai Me Esquecer?, longa de Sofía Landgrave Barbosa; e os curtas Hikuri, de Sandra Ovilla León; Um Campo Que Já Não Cheira a Flores, de César Flores Correa. Já a representação peruana inclui os longas Histórias de Shipibos, de Omar Forero; e Céu Aberto, de Felipe Esparza Pérez, selecionado no Festival de Roterdã. Participam obras do Chile (Concórdia, de Diego Véliz), Panamá (Bila Burba, de Duiren Wagua) e República Dominicana (Ramona, de Victoria Linares Villegas), ao lado de duas coproduções: uma Argentina/Cuba (A Gruta Contínua, de Julián D'Angiolillo); outra, Paraguai/Argentina (Margens Luminosas, de Maira Ayala).
A programação da Competição Latino-americana se completa com quatro títulos brasileiros: o longa A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho; e os curtas Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet; O Materialismo Histórico da Flecha Contra o Relógio, de Carlos Adriano; e Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape.
Seção competitiva dedicada a filmes de curta duração realizados em cursos e oficinas audiovisuais, o Concurso Curta Ecofalante tem na sua seleção desta edição um total de 25 títulos. Estão presentes trabalhos da ECA-USP, Unicamp, FGV, FAAP, PUC Minas, AIC - Academia Internacional de Cinema, Senac São Paulo, ETEC Jornalista Roberto Marinho, projeto É Nóis na Fita, Ceep Formação e Eventos Isaias Alves da Bahia, Formação Faculdades Integradas do Maranhão, oficina Geração Futura, Maranhão, Mato Grosso e das universidades federais de Alagoas, Minas Gerais, Paraíba, Pelotas, Rio de Janeiro, Santa Catarina e do Recôncavo da Bahia.
Para o público infantil, a Mostra Ecofalante de cinema apresenta o longa de animação Yakari, Uma Jornada Fantástica. Uma sofisticada coprodução entre Bélgica, França e Alemanha, nela uma criança indígena parte em uma jornada fantástica: encontrar um cavalo mustang conhecido por ser indomável.
Também é promovido no evento o 1o Encontro A Sustentabilidade na Indústria Audiovisual, evento anual presencial realizado em parceria com a Spcine e a Cinema Verde. Agendado para a manhã de sexta-feira, 9/08, o evento propõe uma discussão franca sobre a extensão da implementação de práticas sustentáveis na indústria cinematográfica brasileira no momento atual. Participam das duas mesas propostas profissionais de diferentes setores para compartilhar as experiências positivas e os desafios encontrados.
Todas as informações sobre exibições e demais atividades do evento podem ser encontradas na plataforma Ecofalante: www.ecofalante.org.br.
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