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'Você pensa em modernizar e o pessoal entra em greve'

OESP, Nacional, p. A5
15 de Mai de 2007

'Você pensa em modernizar e o pessoal entra em greve'
Lula diz não ver razão para protesto e reclama de dificuldades em mudanças

Clarissa Oliveira e Ricardo Brandt

No mesmo dia em que funcionários do Ibama cruzaram os braços contra a reformulação do órgão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou os manifestantes alegando que basta o governo aplicar uma medida modernizadora para ocorrer a paralisação. Lula, que inaugurou três fábricas no interior de São Paulo, disse ainda que os funcionários do Ibama estão cometendo uma injustiça com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

"Quando você começa a pensar em reforma da Previdência para a futura geração, quem está aposentado hoje está preocupado em perder alguma coisa. Você começa a pensar em modernizar o Ibama e o pessoal entra em greve, não porque é contra a modernização, mas porque pensa que vai acontecer algo contra ele", afirmou, ao inaugurar uma fábrica de computadores em Hortolândia. Na ocasião, o presidente destacou que "qualquer mudança é uma luta titânica".

Pouco antes, em Jundiaí, ele já dissera que não vê motivos para protestos, pois a reestruturação do Ibama é uma "proposta de inovação". "Acho que o Ibama está sendo injusto com a ministra Marina", disse o presidente, ao inaugurar a nova fábrica da Siemens. "Ninguém vai perder salário, ninguém vai ser mandado embora. Então, não sei qual é a preocupação dos companheiros do Ibama."

Ainda em Jundiaí, Lula disse que a greve não atrapalhará o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e negou a existência de uma briga entre Marina e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Entre dois ministros não tem briga. Na hora em que tiver divergência, leva na minha mesa e nós deliberamos", disse ele, acompanhado do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e dos ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento) e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), entre outras autoridades.

SATISFEITO

Lula destinou boa parte de suas falas ao andamento do PAC e se disse "satisfeito" com o ritmo das obras. Ainda assim, admitiu que o governo pode não terminar a totalidade dos projetos. " Estou convencido de que o PAC será o mais extraordinário exemplo de gestão já feito na área de infra-estrutura neste país. Eu não sei se a gente chega a 100%. Mas o que é importante é que a gente chegue a um porcentual suficiente para que seja o melhor da história deste país", disse Lula, insistindo em que se trata de um programa de longo prazo. Em Hortolândia, ele aproveitou a companhia de Chinaglia para agradecer a aprovação das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento no Congresso.

OESP, 15/05/2007, Nacional, p. A5

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