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Vídeo documentário mostra situação de índios no lixão

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
02 de Dez de 2002

Enquanto o debate em torno da demarcação ou não da terra indígena Raposa Serra do Sol vai acirrando os ânimos dos principais envolvidos, um grupo de indígenas de diversas etnias vive a margem destas questões sobrevivendo exclusivamente da cata de lixo, mesmo com mais de 50% do estado já dermarcado.

Para despertar a atenção das organizações indígenas, dos poderes públicos e da sociedade em geral sobre a problemática vivida pelas mais de 50 famílias que moram, na lixeira pública de Boa Vista, a bacharel em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), Francineth dos Santos Raposo, produziu um vídeo documentário intitulado: "O Indígena no Lixão, um olhar diferente".

Segundo a autora que utilizou como uma de suas fontes de pesquisa matérias publicadas pela Folha sobre os índios urbanos, a proposta do trabalho é chamar a atenção das pessoas para a situação em que vivem as famílias indígenas no Lixão, mesmo depois de já terem suas terras demarcadas. "Precisamos resolver o problema hoje, pois caso não sejam tomadas às providências necessárias o número de indígena naquela situação sub-humana pode aumentar com o passar dos anos, e parece que as pessoas só se preocupam com terras" alerta Francineth.
Há muita discussão em torno da demarcação das terras, mas em relação há oura problemas ninguém discute, por isso estou aproveitando as oportunidades para levar o documentário para escolas, faculdades e ao dirigentes das organizações indígenas para que todos tomem conhecimento do problema e comecem a buscar soluções", desabafa.

Ela disse que o vídeo também está sendo veiculado nas comunidades indígenas como uma forma de alertar as crianças e jovens que Boa Vista não é o paraíso.
No embasamento teórico, a autora recorda que Boa Vista já dispões de uma Usina de Lixo com um dos padrões mais modernos da época (inaugurada em 1977) sem jamais ter sido usado como deveria e que acabou desativada com o sucateamento dos maquinários. "Já naquela década havia uma preocupação com a destinação do lixo domiciliar e hospitalar, porque agora que temos uma população muito maior a sociedade na busca soluções para o reaproveitamento do lixo?", indaga Francineth. Segundo o documentário, Boa Vista produz atualmente cerca de 150 mil toneladas de lixo ao dia.

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