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Verdades indigenas no Brasil de ontem e de hoje

Blog do Humberto/Agência Dinheiro Vivo - www.advivo.com.br
Autor: Humberto (Tiure)
25 de Mai de 2013

Este relatorio Figueiredo são fragmentos de uma barbarie que respinga sangue indigena na atual politica do Estado Brasileiro.

Seu conteúdo é suficientemente consistente, capaz de fornecer provas da barbarie que foi e que é o trato que agentes do Governo, Ditadores ou não, utilizam na relação com os primeiros povos desta terra.

Conheci os coronéis, generais que comandavam, de Brasília (já os nomei em posts anteriores aqui) os saques, a exploração, (fui funcionário da Funai em 70, e obrigado a abandonar), que iam farrear nos bordéis europeus com a renda indigena, vivi de perto com a exploração, escravidão, ameaças, estupro, sequestros, suicidios, e desaparecimento de crianças, numa aldeia indigena na Amazonia, sob a maão forte e armada de um coronel "play boy", da Funai em Belém. O saque que ele fazia nas áreas indigenas (ouro, castanha) gastava com mulheres, carros e barcos, descarada e impunemente.

Sou testemunha e vítima desta realidade, ela que me levou ao exilio, depois das torturas, sequestro, ameaças de morte que recebi por defender direitos indigenas, por denunciar estes genocidios.

Andei sobre um cemitério clandestino de guerrelheiros do araguaia que os indios suruis foram obrigados a participar dos rituais macabros de corte de cabeças e sepultamento dos corpos, praticados pelas tropas do Exército que invadiram o sagrado territorio indigena para exterminar o grupo guerrilheiro.

Muitas das vitimas ainda estão vivas, vivendo anonimamente, desconhecidas, ignoradas pelas Comissões da Verdade, da Anistia, na verdade criadas pelos brancos e para os brancos.

De volta ao Brasil , trazendo o reconhecimento de um tribunal internacional que meu deu o status de Refugiado Politico (o primeiro a receber tal status) me é negado direitos de retorno ( conforme acordo de Genebra), além de ser novamente perseguido pelo meu ativismo.

Meu processo na Comissão da Anistia, estava engavetado. Foi preciso anunciar uma greve de fome (que levaria até as últimas consequencias), para meu processo sair da gaveta.

Com 64 anos, se não fosse a ação solidária de amigos, estaria passando fome e não tendo onde morar.

Esta é a realidade de um país de ontem e de hoje, este relatorio não me surpreende, vi com meus próprios olhos, o que me choca profundamente é o silencio do Estado.

Silencio de quem tem culpa no cartório.

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