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Venda de florestas pode gerar até R$ 1,5 bi para Fibria e Stora Enso

Valor Econômico, Empresas, p. B1
13 de Nov de 2013

Venda de florestas pode gerar até R$ 1,5 bi para Fibria e Stora Enso

Por Stella Fontes
De São Paulo

Em duas grandes operações independentes, a brasileira Fibria e a sueco-finlandesa Stora Enso poderão levantar até R$ 1,5 bilhão com a venda de florestas plantadas de eucalipto no país. O Valor apurou que as áreas de plantio colocadas à venda ou em negociação neste momento pelas duas companhias somam 71 mil hectares, em diferentes Estados brasileiros, e o desfecho das tratativas da Fibria, que podem resultar em um negócio de até R$ 1 bilhão, deve ocorrer bem antes da venda dos ativos da Stora Enso. No caso da estrangeira, o valor estimado das áreas é de em até R$ 500 milhões.
As negociações da Fibria, segundo uma fonte, estão em curso adiantado com um fundo de investimentos em participações cujo objetivo é explorar florestas de pinus e eucalipto no Brasil. O fundo está vinculado a um grupo de presença global, com ativos em diferentes setores da economia, entre os quais energia e construção, inclusive já atuando no mercado brasileiro.
De acordo com a mesma fonte, a companhia negocia até 50 mil hectares plantados no Espírito Santo, Minas Gerais - onde a Aracruz, uma das empresas que deu origem à Fibria, tinha planos de erguer uma fábrica -, Mato Grosso do Sul e Jacareí (SP), por meio de um contrato de venda e arrendamento com cláusula de recompra ("leaseback").
A venda dessas áreas se deve à perspectiva de aumento de produtividade nas demais florestas que a Fibria já tem, o que compensaria a menor área total de plantio. Caso essas metas não sejam alcançadas, a companhia ainda teria a opção de recomprar as terras negociadas.
A direção da Fibria vem reiterando há meses a intenção de vender ativos que não são considerados estratégicos, com vistas à redução do endividamento e reconquista da nota grau de investimento junto às agências de classificação de risco de crédito. Há mais de um ano, a empresa vendeu ativos florestais e terras que constituíam o chamado Projeto Losango, no Rio Grande do Sul, por R$ 615 milhões, para a chilena CMPC, que opera uma fábrica de celulose em Guaíba, a Celulose Riograndense. O pacote compreendeu aproximadamente 100 mil hectares de áreas próprias e cerca de 39 mil hectares de eucalipto plantado.
À época, outros 15 mil hectares de florestas referentes a contratos de fomento não foram incluídos no negócio e, hoje, a Fibria também estaria à procura de compradores para essa madeira. Procurada, a Fibria não comentou o assunto.
Conforme uma fonte da indústria, a própria CMPC poderia se interessar pelo ativo, uma vez que está em pleno processo de expansão. Com investimentos de R$ 4,9 bilhões, a Celulose Riograndense vai elevar a capacidade produtiva de 450 mil toneladas por ano para 1,75 milhão de toneladas anuais.
Já a Stora Enso estaria tentando vender uma área de 45 mil hectares, com 21 mil hectares de floresta plantada, no sul do país. No passado, a companhia chegou a procurar compradores, porém não encontrou interessados. Hoje, especula-se que a CMPC ou a Montes del Plata, fábrica de celulose da Stora Enso em sociedade com a Arauco que está em construção no Uruguai, poderiam se interessar pelos ativos.
Por meio de assessoria de imprensa, a Stora Enso confirmou que é dona dessa área no sul do país, mas informou que não há decisão sobre a venda desses ativos. A direção mundial da companhia está em vias de definir seu planejamento estratégico anual e há possibilidade de o assunto ser abordado no encontro.
Procurada, a CMPC Celulose Riograndense informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha um porta-voz disponível até o fechamento desta edição.

Valor Econômico, 13/11/2013, Empresas, p. B1

http://www.valor.com.br/empresas/3336798/venda-de-florestas-pode-gerar-…

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