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Varginha investe em usina de biodiesel

GM, Rede Gazeta do Brasil, p.B15
13 de Fev de 2004

Varginha investe em usina de biodiesel

Belo Horizonte, 13 de Fevereiro de 2004 - O projeto de R$ 600 mil é realizado com pequenos produtores de mamona da região e a Universidade Federal de Lavras (UFLA). A prefeitura de Varginha, no Sul de Minas Gerais, implantará até o final do primeiro semestre deste ano uma usina de biodiesel utilizando óleo de mamona. O projeto demandará investimentos da ordem de R$ 600 mil e é realizado em parceria com pequenos produtores de mamona da região e a Universidade Federal de Lavras (UFLA). O secretário municipal do Café e Agricultura, Joadylson Barra Ferreira, afirma que a capacidade de produção da usina será de 70 litros de combustível por hora, sendo que a mistura será composta à base de 5% de óleo de mamona e os 95% restantes por óleo diesel. "Toda a produção da usina será destinada à frota da prefeitura. A idéia do projeto era reduzir a dependência do município com o cultivo de café. 45% de nossa arrecadação vem da cafeicultura. Assim em 2002 estimulamos a produção de mamona e hoje 22 pequenos produtores estão no projeto", diz. Segundo Ferreira, cerca de 100 hectares estão ocupados com a cultura na região e a estimativa é uma produção de 220 toneladas por ano, o que renderia cerca de 80 mil litros de óleo da planta. A prefeitura fornece sementes, adubos e fertilizante e todo o maquinário para o manejo da lavoura. "A UFLA nos deu todo o suporte técnico para o plantio da mamona na região, pois, é uma cultura incomum no Sul de Minas", ressalta. Parceria A parceria prevê, ainda, que 40% da produção de mamona será destinada a usina para a fabricação do biodiesel. "O óleo extraído da planta tem alto valor e pode ser utilizado na indústria farmacêutica. Por isso, estipulamos este valor", esclarece Ferreira. O preço do óleo de mamona no mercado gira em torno de R$ 3,00 o litro, sendo que, caberá a prefeitura o desembolso de R$ 1,20 por litro do produto. Ferreira lembra, entretanto, que a idéia da prefeitura não é limitar o projeto à produção de biodiesel com base na produção de mamona, mas estendê-lo a outras culturas agrícolas, como o milho. "Estamos iniciando com a mamona porque temos visto que os resultados aqui serão muito bons, mas iremos atrás de outros processos também", afirma ele, lembrando que a prefeitura mantém em contatos constantes com a Universidade Federal de Lavras em pesquisas nessa área. Ele lembra que o projeto da prefeitura visa ainda acordos internacionais, como o Protocolo de Kioto, assinado por países industrializados que se comprometeram com a Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. No Protocolo de Kioto foram estabelecidas metas de redução da emissão de gases que causam o efeito estufa. A partir desse entendimento, conforme o secretário municipal Joadylson Barra Ferreira, a prefeitura de Varginha está negociando com o Japão para expandir o volume de produção do biodiesel de mamona. Com este objetivo a prefeitura está criando uma empresa pública, Biodiesel de Varginha (Biovar), que terá a função de coordenar as negociações e possível comercialização do produto. "O que pretendemos é criar uma alternativa para o produtor local, para que ele não fique tão dependente apenas do café", justifica. kicker: Projeto visa acordos internacionais como Protocolo de Kioto Ana Paula Machado

GM, 13-15/02/2004, p.B15

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