VOLTAR

Vale do Rio Doce quer qualidade ambiental em Carajás

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Lana Cristina
05 de Jul de 2002

Minimização de energia e massa, programas ambientais de recuperação de áreas degradadas são atividades em curso nas minas da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A área chamada de Sistema Ferrosos Norte, localizada em meio à Serra dos Carajás, ocupa 2% dos 412 mil hectares que compõem a Floresta Nacional dos Carajás. Isso engloba a atividade de mineração e o Núcleo Habitacional, que tem a estrutura de uma cidade, com todos seus equipamentos urbanos. Pouco mais de 4 mil pessoas moram ali, sendo que 1.500 são funcionários da companhia.

De todo o complexo minerário, são extraídos anualmente 54 milhões de toneladas de minério de ferro, com 67% de pureza. É o maior índice de pureza desse mineral que vem associado ao manganês, alumínio e estéreis, ou seja, material que não é aproveitado. A formação geológica de Carajás é diferenciada da área de floresta e foi justamente esse detalhe que chamou a atenção de técnicos que fizeram as primeiras prospecções a partir de 1920. As pesquisas geológicas se intensificaram a partir da década de 60 e, em 1970, a Vale deu início ao projeto Ferro-Carajás, com o detalhamento do corpo de minério de ferro. A primeira extração foi feira em 1974.

Atualmente, há quatro corpos de minério sendo lavrados em Carajás e seu potencial é para a exploração de 53 corpos. A produtividade de duas pilhas de minério para uma de rejeito, segundo o gerente geral da mineração de ferro Norte, José Luiz Martins, é uma das melhores do mundo. A vida útil desse complexo está estimada em mais de 300 anos. Ainda mostrada em números, a produção da Vale percorre 892 quilômetros até o porto da Madeira, em São Luís (MA), em oito trens, de 206 vagões cada. Diariamente, saem 165 mil toneladas para a capital maranhense, produção que é exportada para o Japão, China, Coréia, Estados Unidos e Argentina.

Privatizada em 1997, hoje a Vale está distribuída entre o Bradespar (fundo de ações do Bradesco), o governo brasileiro, o Previ (fundo de previdência privada do Banco do Brasil), outros fundos privados de previdência e pessoas físicas que compraram ações da companhia, em seguida ao processo de privatização. A Vale também explora ferro em Itabira, Minas Gerais.

Em Carajás, as ações ambientais da empresa estão disseminadas pelo núcleo habitacional e também nas minas. O lixo dos moradores tem horário certo para ser recolhido, para evitar acidentes com animais silvestres que, invariavelmente, passeiam pela vila. São antas, capivaras e, mais raramente, onças que saem da floresta e invadem a cidade. Uma usina de reciclagem trata o lixo seco e também o orgânico, que é armazenado como biomassa. Um projeto que deu certo em Itabira é o de recuperação de solos com o uso de bactérias capazes de captar o nitrogênio, importante fertilizante natural, e que estará em breve sendo executado em Carajás. Com a inoculação das bactérias nas mudas de plantas da região, busca-se ainda a revegetação de áreas que já foram mineradas.

Levantamentos de fauna e flora são realizados por pesquisadores do Parque Zoobotânico de Carajás, uma área de 30 hectares, onde estão preservados 500 animais de 25 espécies de mamíferos, aves e reptéis. O parque recebe cerca de 50 mil visitantes por mês, a maioria crianças e adolescentes que buscam no parque informações úteis para o dia-a-dia escolar. "Talvez seja o único parque zoobotânico encravado no meio da mata", avalia Cristina Aires Ribeiro de Carvalho", coordenadora local do Instituto Ambiental Vale do Rio Doce.

No parque, são desenvolvidos dois projetos para estimular a garotada. O Guia Mirim consiste em convênio com a associação de escoteiros de Parauapebas, município ao qual pertence Carajás e distante cerca de 15 quilômetros do núcleo habitacional da Vale. Por meio dele, crianças até 13 anos de idade são treinadas para serem monitores. Depois de um curso básico, elas trabalham como guias no parque e dão explicações sobre as espécies e os projetos de pesquisa ali desenvolvidos.

Tem ainda o Bicho do Mês. O projeto consiste em destacar um bicho e fornecer para as crianças que visitam o parque as características principais sobre ele, de maneira que elas o identifiquem. "Quem adivinha ganha um prêmio, que pode ser camiseta, boné, caneta, enfim, um estímulo para aprender um pouco mais sobre os animais e sua relação com a mata", explica Cristina.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.