Usinas do rio Madeira e BR 319 trarão grande desenvolvimento a Porto Velho, diz candidato David Erse

O estudante de Administração David Chiquilito Erse entrou jovem na política, sendo eleito vereador com apenas 25 anos. Hoje, aos 28, tenta pela primeira vez uma candidatura para o executivo da capital Porto Velho, colocando educação e saúde como grandes prioridades de seu governo.

Erse pretende implantar o período integral nas escolas públicas do município, além da construção de mais escolas modelos, hospitais infantis, pronto socorro 24 horas e ampliação da rede de saúda a bairros menos privilegiados.

No que diz respeito ao meio ambiente, defende projetos de arborização da cidade e o cumprimento do código ambiental. Para o candidato, tanto as obras das usinas hidrelétricas do rio Madeira como a recuperação da BR 319 devem ser encaradas como um bom momento para Porto Velho se modernizar.

Confira a entrevista.

Caso eleito, quais serão suas prioridades durante sua administração?
Minhas prioridades serão infra-estrutura para nossa cidade através das subprefeituras, investimentos na juventude e o fortalecimento da nossa saúde.

E quais serão os projetos desenvolvidos para cada uma das seguintes áreas?
Geração de Emprego e Renda
Primeiro, dar oportunidade para nossa juventude. Vou desenvolver o programa do jovem estagiário, contratando 400 jovens por ano para estagiar dentro da prefeitura, com possibilidade de fazer cursos profissionalizantes.

Outras propostas estão em apoiar e participar da formação do parque industrial da cidade, buscar a formalidade de algumas empresas que hoje operam na informalidade, estudando a forma de escalonamento do ISS [Imposto Sobre Serviços] municipal. Assim, mais empresas terão vontade de ir para formalidade.

Saúde
Defendo a construção do nosso pronto socorro municipal, do hospital infantil da nossa cidade, de um centro de referência para saúde dos portadores de necessidades especiais, e levar os pontos de apoio do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] para todas as regiões de Porto Velho.

Educação
Eu sou um grande defensor da educação integral, e vou resgatar a escola padrão que existe em Porto Velho. Atualmente ela está sendo tratada como uma escola qualquer. Implantarei a educação integral nesta instituição, e defendo a construção de mais três escolas padrão, uma em cada região. Juntas, essas quatro vão funcionar em regime integral. Outra proposta é aumentar o número de creches, que são poucas atualmente.

O projeto de ensino integral se limitará às escolas padrão, ou o senhor pretende expandi-las para toda a rede pública?

A princípio somente nas escolas padrão, pois é preciso haver uma preparação dos professores, uma adequação das estruturas físicas da escola. Mas em quatro anos pretendo que o projeto já esteja difundido para toda a rede municipal.

Violência
Criar o Conselho Municipal de Segurança para trabalhar em nossa comunidade, com núcleos comunitários. Esses núcleos serão compostos pelas associações de bairro e pelo cidadão e, junto com o Conselho, discutirão como combater a violência em cada comunidade. Depois, quando já estiverem funcionando, formarei a guarda municipal para atuar exatamente aonde o conselho e os núcleos encarem como prioridade.

Qual serão as medidas para resolver os principais problemas da cidade, como o déficit no atendimento de saúde, a falta de vagas em escolas públicas e em presídios?
Vamos expandir esses sistemas com certeza, pois passaremos por um desenvolvimento social com a construção das hidrelétricas do rio Madeira, e o município precisa se prepara para absorver esse movimento social. Temos, sim, que aumentar o número de vagas em escolas, criar escolas e postos de saúde.

Qual a sua opinião sobre a construção das usinas do Madeira?
Eu entendo que, primeiramente, é bom para o Brasil. Estamos ajudando o desenvolvimento do país, e é bom para Porto Velho porque é um momento que podemos utilizar para nos desenvolver como cidade e como grande capital. Eu vejo o projeto com bons olhos, mas precisamos nos preparar e nos organizar para transformar esse movimento social em desenvolvimento para nossa cidade. Eu sou a favor, concordo, acho que é bom, e como prefeito vou utilizar esse movimento para impulsionar nossa cidade.

Como a cidade pretende lidar com a grande leva de imigrantes que chegarão para trabalhar nas obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, sendo que já faltam vagas nas escolas, hospitais e super lotação do transporte público e outros serviços?
Vamos preparar a cidade para recebê-los nas áreas da saúde e educação. As subprefeituras serão muito importantes para levar o poder público perto das pessoas. Vamos organizar a cidade: estruturar, arborizar, fazer nosso código de postura funcionar, para que a cidade esteja sempre modernizada, fazer o plano diretor realmente funcionar na nossa cidade, mas principalmente, preparar Porto Velho para quando acabar a construção das usinas, pois teremos uma grande leva de pessoas sem emprego. Então, temos que nos preparar através das micro e pequenas empresas e as indústrias que podem vir a Porto Velho.

Existem recursos para realizar essa preparação?
Sim. Porto Velho recebeu muita verba do governo federal, e muitos recursos através da compensação social. Mas independente disso, eu como prefeito terei obrigação de buscar, com o governo federal e em parceria com o Estado, recursos para que a cidade tenha como acompanhar essa mudança social.

Como o senhor pretende lidar com as populações tradicionais que serão as mais impactadas pelas obras?
Temos que apoiar, valorizar e defender. Independente disso, teremos que ver o potencial de cada região nas áreas que serão atingidas pelas barragens para que a população tenha possibilidade de crescimento e desenvolvimento, mesmo com as dificuldades imposta pela hidrelétrica.

Tendo em vista que Rondônia está entre os estados brasileiros que mais desmatam a Amazônia, quais são suas propostas para o Meio Ambiente?
Em primeiro lugar, Porto Velho precisa desenvolver um plano de desenvolvimento ambiental. Fala-se muito em meio ambiente, mas ninguém fala o que fazer exatamente. Com esse plano teremos uma idéia de como começar a proteger-se ambientalmente. Desenvolver projetos e parcerias com o Estado e o governo federal para diminuir esse desmatamento irresponsável de nossa mata.

Eu entendo que a Amazônia é a maior riqueza do mundo hoje. Temos que fazer essas parcerias para combater o desmatamento junto com o governo estadual e federal. É importante valorizar nosso meio ambiente, nossa fauna, nossa flora, para que amanhã nossos filhos e nossos netos possam ver o que vemos hoje em dia.

E quais são exatamente esses projetos?
Principalmente aumentar a fiscalização. Por exemplo, é preciso fazer funcionar o código do meio ambiente, pôr os fiscais para trabalhar e cobrar a preservação do meio ambiente. Criar o programa "Cidade Viveiro", que vai arborizar nossa cidade. Implementar o horto florestal, que é a criação de árvores frutíferas da região para que também possamos tirar o fruto dessas árvores.

Também devemos seguir o plano da estratégia mundial para a conservação "Cuidando do Planeta Terra: uma estratégia para o futuro da vida", que é um documento assinado pela União Internacional para Conservação da Natureza, o programa para o meio ambiente das Nações Unidas e o Fundo Mundial para Natureza. É um documento internacional que essas organizações criaram em 1991 para que os governantes possam definir sua estratégia de como preservar o meio ambiente.

De qual forma seu governo pretende lidar com as obras da BR-319 (Manaus-Porto Velho) e qual sua opinião sobre elas?
Entendo que a BR é importante para nossa ligação com o Amazonas e o desenvolvimento da nossa região. Infelizmente o governo municipal não tem muita autonomia dentro dessas obras, mas temos que preparar a cidade para esse fluxo. Entendo que a estrada é importante, e como político, vou lutar junto ao governo federal para que essa BR saia, pois vamos ligar o Amazonas ao resto do Brasil. Sou a favor, apóio, pois no passado essa ligação já foi muito importante.

Quais são as principais fontes de recursos para sua campanha?
É basicamente meu dinheiro, da minha mãe, do meu avô, amigos e do meu partido.