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05 de Dez de 2024
UNICEF e ECHO anunciam continuidade de Sistema de Alertas para Terra Indígena Yanomami
Em reunião com lideranças indígenas, foram discutidas a primeira e segunda fase de implementação do projeto, com possibilidades de fortalecimento do sistema de alertas juntos à população Yanomami e Ye'kwana
05 dezembro 2024
Boa Vista, 05 de dezembro de 2024 - O UNICEF e o Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês) se reuniram com representantes da Hutukara Associação Yanomami (HAY), Associação Wanasseduume Ye'kwana e Urihi Associação Yanomami - juntamente com o parceiro implementador Instituto Socioambiental (ISA) - para anunciar a continuidade do Sistema de Alertas da Terra Indígena Yanomami e discutir a segunda fase do projeto, na maior terra indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami.
"Nós, Ye'kwana, moramos mais próximos da divisa do Brasil com a Venezuela, moramos onde nascem os rios. É a nossa casa, a floresta, que mantém o bom ar que respiramos e o Sistema de Alertas tem ajudado bastante na limpeza dos rios, já voltamos a ter água para beber e já deixamos os nossos filhos tomar banho. É por isso que queremos continuar com essa ajuda", disse Geraldo Ye'kwana.
Para o próximo ano, as lideranças relataram, ainda, o desejo de que o sistema de alertas tenha forte foco nas informações relacionadas à saúde, pois ainda há diversas comunidades em situação de vulnerabilidade.
"Temos uma responsabilidade compartilhada em melhorar o sistema. Vocês foram pioneiros em uma ferramenta que será replicada em outras áreas indígenas da Amazônia brasileira e peruana", disse Andres Trivino, oficial de programa do ECHO, após ouvir as lideranças.
O Sistema de Alertas da Terra Indígena Yanomami é uma ferramenta de produção e organização de informações territoriais, que permite aos indígenas monitorar eventos que oferecem riscos para as comunidades e pessoas na Terra Indígena Yanomami, com objetivo de gerar respostas mais eficientes e orientar ações do poder público e demais atores no território.
"Com o sistema de alertas, nós podemos mostrar as cicatrizes ao governo federal", afirmou Dário Kopenawa, vice-diretor da HAY, após explicar que o garimpo ilegal causou danos à saúde, educação e proteção da Terra Indígena Yanomami.
Ainda conforme Dário, o estado ainda não havia consolidado experiência no trabalho de proteção a Terra Indígena Yanomami. Portanto, o ISA, juntamente com as organizações indígenas do território Yanomami, e com o apoio técnico e financeiro do UNICEF e do ECHO, desenvolveu as ferramentas que atualmente ajudam na proteção territorial e comunitária, incluindo questões de saúde e saneamento. Assim, a ferramenta começou a ser implementada em setembro de 2023 com uma oficina para ensinar indígenas da região do Demini a como usar o sistema.
"Para nós, o resultado do Sistema de Alertas é muito positivo, sem ele, o garimpo ainda estaria ativo na nossa terra", complementou Dário, que também pediu que as oficinas de capacitação para uso da ferramenta cheguem a mais regiões do território que tem 9.664.975 hectares postos sobre os estados de Roraima e Amazonas no Brasil.
Apesar da melhora, Dário afirma que ainda há invasores insistentes que fazem a travessia entre Brasil e Venezuela constantemente para continuar explorando a Terra Indígena Yanomami.
"Precisamos entender quais são os êxitos e os desafios para investir na melhoria do sistema. Há muitos alertas, vimos de vários tipos e vimos que muitos, infelizmente, não podem ser atendidas de maneira imediata", disse Daniela D'Urso, representante do ECHO.
Desde a implementação até abril deste ano, sete em cada dez denúncias recebidas de um sistema de alertas no Território Indígena Yanomami (TIY) são referentes a atividades praticadas por não indígenas no território, incluindo garimpeiros.
"O Sistema de Alertas tem sido a ferramenta que mais funcionou para aproximar as associações das autoridades que fazem o trabalho de vigilância e proteção", disse Lídia Montanha.
A organização indígena HAY destacou que sempre buscou dialogar com o poder público sobre seus desafios e problemáticas. Nos anos mais recentes, a organização afirma que passou a encontrar maior abertura para o diálogo e reconhecimento de suas demandas. Suas dificuldades foram acolhidas, e houve uma valorização significativa do projeto do sistema de alertas, uma iniciativa essencial para a proteção do território indígena.
O projeto do sistema de alertas conta com financiamento da União Europeia, através do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária (ECHO, na sigla em inglês), e tem o objetivo de aumentar a resiliência e fortalecer a autonomia das comunidades com a integração de um sistema que respeite o contexto e o conhecimento das comunidades indígenas.
Contatos para a imprensa
Ida Pietricovsky de Oliveira
Especialista em Comunicação
UNICEF Brasil
Telefone: (91) 98128 9022
E-mail: ipoliveira@unicef.org
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