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União em defesa da mata

Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - RJ
Autor: Márcio de Freitas
17 de Fev de 2001

Pataxó esquecem repressão e vestem farda de bombeiro.

0 presidente do Ibama, Hamilton Casara, conseguiu selar a paz com os pataxó. São 3,5 mil índios que vivem em oito aldeias distribuídas em torno do Monte Pascoal, primeiro ponto do Brasil avistado pela esquadra de Pedro Álvares Cabral no Descobrimento. No ano passado, o cacique Manoel Santana Pataxó entrou em guerra contra o governo. Protestou contra a festa dos 500 anos do descobrimento e ameaçou tomar posse do Parque Monte Pascoal. Ele e sua tribo foram espancados pela Polícia Militar da Bahia nas manifestações em Porto Seguro.

Agora, Manoel quer ajudar a controlar os focos de incêndio que se espalham pela reserva onde vive seu povo. "Tenho saudade da mata. Eu lembro do tempo em que ela começava aqui no monte e ia até o mar. Hoje, acabou quase tudo", disse a Casara. 0 presidente do Ibama pediu ajuda aos índios. E se comprometeu a auxiliá-los a encontrar formas de subsistência sem destruição da mata. Ele pensa em turismo e venda de artesanato para dar autonomia econômica aos pataxó.

De imediato, conseguiu que o cacique Zezito Pataxó e 90 índios vestissem a farda do Prevfogo do Ibama, para combater o incêndio no parque. "Estamos fazendo um pacto com esses índios. 0 Ministério do Meio Ambiente e o Ibama vão ajudar a Funai a resgatar uma dívida com esse povo", disse Casara. Uma opção seria incluir os pataxó nos programas Prodetur e Prodex, para financiamento do turismo e da venda de artesanato.

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