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União avalia retirar índios de margens da rodovia

Campo Grande News-Campo Grande-MS
Autor: Maristela Brunetto
13 de Jan de 2006

Índios estão acampados às margens de rodovia estadual desde que deixaram fazendas
O governo federal reuniu ontem uma série de órgãos ligados à questão indígena e decidiu adotar algumas medidas para atender os guarani-caiuás que estão acampados em situação precárias às margens da MS-304 desde que desocuparam três fazendas em Antônio João. Uma das medidas é discutir com os índios a possibilidade deles deixarem o local onde estão e seguirem para uma área enquanto aguardam o desfecho para a disputa judicial de área com fazendeiros.

A situação dos guarani-caiuás foi o único assunto discutido na reunião, que ocorreu no Ministério do Desenvolvimento Social. O governador em exercício, Egon Krakhecke, e o secretário-especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, participaram da discussão.

Ficou decidido ainda que será reforçada a alimentação distribuída aos índios, que atualmente recebem cesta básica. Serão incluídas carnes e verduras. O Exército será acionado para que avalie a possibilidade de ajudar na entrega de alimentos. Já a Funai deverá criar um comitê gestor na cidade para coordenar as ações voltadas aos guarani-caiuás.

Os índios estão acampados às margens da rodovia desde 15 de dezembro, quando voluntariamente deixaram as fazendas Piquiri, Ita-Brasília e Morro Alto. Uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) forçou a liberação das propriedades, que estão na área pleiteada como sendo a terra indígena Nande Ru Marangatu. Ela já foi reconhecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março de 2005, mas o processo de demarcação foi suspenso no STF.

A tensão no local ficou evidenciada com o assassinato do índio Dorvalino da Rocha, de 39 anos, em 24 de dezembro por um segurança da empresa Gaspem, contratada por fazendeiros.

A reunião ontem no Ministério do Desenvolvimento contou com representantes da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Funai, Incra, Funasa, Ministério do Desenvolvimento Social, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério do Meio Ambiente. Ela foi coordenada por Vannuchi e pela ministra do Desenvolvimento Social em exercício, Márcia Lopes.

A situação precária dos índios favoreceu o surgimento de casos de desnutrição em crianças, seriam 27 casos. Em Campo Grande, o CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) fez uma campanha e arrecadou alimentos. Anteontem, em Dourados, houve uma manifestação reunindo índios de dez aldeias da região

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