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Uma nova espécie da Mata Atlântica

O Globo, Ciência, p. 30
30 de Mai de 2007

Uma nova espécie da Mata Atlântica
Roedor tem pêlos alaranjados e vive somente em regiões montanhosas

Reinaldo José Lopes

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) descobriram um novo e simpático habitante da Mata Atlântica, batizado por eles de Juliomys ossitenuis. Trata-se de um pequeno roedor de pêlos alaranjados, que vive em árvores nas regiões mais montanhosas do ecossistema.

O bicho foi descrito por uma equipe coordenada pela pesquisadora Leonora Pires Costa e parece estar presente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, em locais com altitude acima de 800 metros. Ele não passa de 20 centímetros de corpo e 10 centímetros de cauda e se alimenta de frutas.

Isso mostra como ainda sabemos pouco sobre a biodiversidade da Mata Atlântica - afirma Costa.

A primeira pista de que poderia se tratar de um bicho até então desconhecido veio durante os estudos de doutorado de Costa, que foram realizados nos Estados Unidos. Ela estava analisando o DNA do que parecia ser um roedor já conhecido, o Juliomys pictipes, quando se deparou com seqüências aparentemente bem distintas do padrão dessa espécie.

- A partir daí, nós intensificamos a coleta de espécimes e passamos a examinar também detalhes morfológicos desses indivíduos geneticamente diferentes - conta ela.

Um dos traços típicos do Juliomys ossitenuis é o tamanho, mais modesto do que o dos demais membros de seu gênero. Mas a grande diferença entre o bichinho e seus parentes evolutivos está realmente no DNA.

Ao comparar a versão de alguns genes presentes no novo roedor com os de seus primos do gênero Juliomys, os pesquisadores constataram uma diferença em torno de 14%. É bastante significativo, já que os genes, dentro de membros da mesma espécie, não costumam variar mais do que 2,5%.

A existência do bicho num ecossistema tão ameaçado quanto a Mata Atlântica não significa que ele esteja sob risco de extinção. Um sinal encorajador é sua presença em matas espalhadas por vários estados do Sudeste.

Do site G1 (www.G1.com.br)

O Globo, 30/05/2007, Ciência, p. 30

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