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Uma contribuição olímpica ao meio ambiente

O Globo, Rio, p. 17
04 de Out de 2009

Uma contribuição olímpica ao meio ambiente
Prefeitura tem medidas para tornar a cidade ecologicamente correta, como o plantio de 24 milhões de árvores

Luiz Ernesto Magalhães

O Rio de Janeiro quer chegar aos Jogos Olímpicos de 2016 como uma cidade ambientalmente sustentável. O plano de metas entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI) promete o plantio de 24 milhões de árvores até o evento, sendo que todas as instalações, de alguma maneira, neutralizariam as emissões de carbono geradas durante a competição. O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, explica que, para alcançar a meta, estão previstas medidas como uma nova regulamentação para formas de compensação de impacto ambiental e a ampliação do projeto de reflorestamento, com investimentos públicos e privados.

- O projeto ambiental das Olimpíadas segue os investimentos estratégicos do governo municipal em outras áreas.

Por isso, é viável. Para o corredor T-5 (sistema de ônibus articulados entre a Barra da Tijuca e a Penha), por exemplo, queremos que os veículos usem algum tipo de biocombustível.

E o impacto visual do sistema será minimizado, com barreiras verdes - exemplifica o secretário.

Uma das propostas já se encontra em fase de regulamentação pela secretaria e deve ser implantada até o fim do ano. O licenciamento de novas construções no Rio (prédios de escritórios, fábricas, lojas e residências), com área superior a 180 metros quadrados, só será autorizado se o responsável propuser medidas para neutralizar as emissões de CO2 pelos projetos.

- O objetivo é que o construtor proponha alternativas ambientalmente sustentáveis e preveja construções com sistemas de reaproveitamento da água da chuva ou de aquecimento com energia solar. Ou ainda, se preferir, que faça a compensação ambiental plantando árvores nas áreas que indicarmos - diz o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Fernandes Moraes.

Entre as metas da prefeitura carioca, estão também desativar, até 2011, o aterro sanitário de Jardim Gramacho, no município de Duque de Caxias, e ampliar, até o fim de 2012, o programa de coleta seletiva, que passaria de 20% para 30% dos detritos recolhidos.

Já o programa de reflorestamento será ampliado, tirando do papel o projeto de criação de um corredor verde interligando o Parque Estadual da Pedra Branca e o Parque Nacional da Tijuca.

Algumas prioridades do programa terão influência direta na região dos Jogos Olímpicos, como o reflorestamento da vertente norte do Parque da Pedra Branca. Nas chuvas de 1996, quatro milhões de toneladas de terra deslizaram da encosta. Parte desse material acabou contribuindo para assorear as lagoas da Barra e de Jacarepaguá.

- O que estamos fazendo é mudar a filosofia dos projetos de reflorestamento coordenados pelo município nos últimos 20 anos. Até agora, nós só atuávamos em favelas, com mão de obra das comunidades.

Agora, queremos trabalhar em encostas, mesmo que ali não exista população carente - explica Moraes

Promessas ambientais

Baía e lagoas: Está no caderno de encargos da Rio 2016 a recuperação da Baía de Guanabara. O desafio é grande, já que outras tentativas, como o bilionário programa de despoluição iniciado em 1995, fracassaram. Outra promessa é a da recuperação das lagoas da Baixada de Jacarepaguá. Para isso, estão previstas novas unidades de tratamento de esgoto, a extensão da rede coletora e a implantação de programas de educação ambiental.

Desmatamento: A cidade se compromete a criar uma política de tolerância zero ao desmatamento da Mata Atlântica, para acelerar e recuperar o entorno dos parques da Tijuca e da Pedra Branca. A medida será estendida ainda aos manguezais das lagoas da Barra.

Lixões e lixo: O compromisso eliminar todos os lixões da cidade.

Além da promessa de criar novas estratégias para a reciclagem do lixo, a prefeitura pretende tratar e reaproveitar 100% do lixo sólido gerado durante os preparativos e a operação dos Jogos. O entulho de novas construções deve ser enviado para usinas de reciclagem.

Reuso da Água: A organização dos Jogos implantará mecanismos para reaproveitar a água da chuva e um sistema de economia de energia elétrica com painéis solares nas instalações esportivas e nas vilas a serem construídas.

Solo: As novas construções deverão ser precedidas de estudos de contaminação do solo.

Sustenrabilidade: Os Jogos de 2016 terão a Divisão Olímpica de Sustentabilidade, para gerenciar todos os projetos ambientais e de sustentabilidade.

Pavilhão: A organização construirá um pavilhão de mudanças climáticas no Parque Olímpico, com um espaço científico para conscientizar o público da importância do tema.

O Globo, 04/10/2009, Rio, p. 17

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