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Um terço do estado é verde

O Globo, Rio, p. 13
29 de Jul de 2016

Um terço do estado é verde
Pesquisa do IBGE, a partir de dados de campo e imagens de satélites, revela que o Rio ainda tem 33% de área de floresta, em especial Mata Atlântica, apesar da intensa urbanização

SIMONE CANDIDA
simone.candida@oglobo.com.br

Visto de cima, o Rio de Janeiro ainda tem grandes manchas verdes. Segundo dados do Mapa de Cobertura e Uso da Terra do estado de Rio de Janeiro, divulgado ontem pelo IBGE, um terço (33,1%) de toda a região fluminense ainda é coberta por áreas florestais, a maior parte Mata Atlântica - concentradas principalmente na Costa Verde, nos municípios de Angra dos Reis e Paraty, e em parte da Região Serrana, nas cidades de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Na cidade do Rio, há áreas verdes como a Floresta da Tijuca e o Maciço da Pedra Branca, na Zona Oeste. O levantamento também traz um dado alarmante: em quase metade (47,2%) dos 43.782 quilômetros quadrados do território há predominância de pastagens, o que indica ação de desmatamento.
Elaborado a partir de imagens de satélite captadas em 2015 e de cruzamentos de dados de campo e estatísticos dos 92 municípios fluminense, o mapa traz um panorama de como o estado do Rio vem sendo ocupado. A ideia é que o resultado seja usado para orientar políticas de planejamento urbano e de conservação ambiental.
- O Rio de Janeiro é muito peculiar, porque é um estado que tem uma das maiores taxas de urbanização do país, só perdendo para o Distrito Federal, mas onde ainda há a grata surpresa de se ter 30% de área de floresta - comenta o David Montero, coordenador de recursos naturais e estudos ambientais do IBGE, ressaltando que a cobertura de floresta se encontra principalmente no Bioma Mata Atlântica.
Segundo Montero, no mapa, comparando imagens anteriores, é possível perceber as áreas de florestas que já se recuperaram no estado.
- O lado positivo é que encontramos uma regeneração da Mata Atlântica na região de Miguel Pereira e Japeri, nas proximidades da estação ecológica de Tinguá. PECUÁRIA AVANÇA EM ÁREA DE PROTEÇÃO Por outro lado, a análise das imagens e o trabalho de campo evidenciam que a pecuária de corte espalha-se por grande área do território, colocando em risco, inclusive, áreas de proteção ambiental.
- O próprio estudo vai nos dar a dinâmica de mudanças no território. O que podemos destacar é que está havendo uma grande pressão em alguns ecossistemas. No tocante à região de pastagens, vemos que nos arredores de Mangaratiba, em Cunhambebe, há um crescimento da pecuária em cima e até dentro das áreas de proteção ambiental, o que se repete na Serra da Concórdia, em Valença. Isso é preocupante - observa o pesquisador.
Os levantamentos de campo atestaram que algumas atividades tradicionais, como a lavoura de cana-de-açúcar, no Norte do estado, e a extração de sal, na Região dos Lagos, dão sinais de redução. Quedas que, segundo técnicos do IBGE, são resultado da expansão da pecuária e das áreas urbanas. O trabalho de campo também descobriu que novas atividades econômicas têm crescido, como o cultivo de noz de macadâmia, em Piraí, e o plantio de grama comercial, em Saquarema, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu e Casimiro de Abreu.

O Globo, 29/07/2016, Rio, p. 13

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