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Um novo calango baiano e seus parentes paraguaios

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Autor: Vandre Fonseca
25 de Fev de 2016

Uma nova espécie de lagarto foi descoberta no sertão nordestino, por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos. O Tropidurus sertanejo foi coletado em duas localidades dos municípios da Caatinga baiana de Caetité e Ibotirama. A descrição foi publicada no jornal científico Novitates, do Museu Americano de História Natural.

O T. sertanejo pode chegar a oito centímetros de comprimento. Ele tem a cabeça bronzeada e o corpo marrom com pequenos pontos salmão. De acordo com a descrição, possui ainda uma combinação de dobras na pele em algumas regiões do corpo, conhecidas como "bolsas de ácaros", onde se concentram larvas do parasita. O nome da espécie é uma homenagem aos habitantes do sertão nordestino.

Na mesma data, o líder do estudo, o biólogo André Luiz de Carvalho, do Museu Americano de História Natural, publicou a descrição de outras três espécies do mesmo gênero, encontradas no Paraguai. As espécies foram batizadas de T. lagunablanca, T. tarara (encontrada em uma região perto da fronteira com o Brasil) e T. teyumirim. "Até o início da década de 80 eram conhecidas apenas sete espécies de Tropidurus. Com a descrição de Tropidurus sertanejo, o número total de espécies chega a 26", explica o pesquisador.

As descobertas são resultado de um esforço de pesquisa, que envolve viagens para coletas na América do Sul e visitas a coleções de museus, em diversos países. O estudo pretende estimar o número de espécies existentes no grupo e a distribuição de todas as espécies do grupo no continente sulamericano, além da diversidade e complexidade morfológica.

"Durante o meu doutorado analisamos dados genéticos e morfológicos de diversas populações desses lagartos ao longo de toda a América do Sul. Os resultados do projeto sugerem que ainda existem diversas espécies não descritas no grupo", comenta André Luiz de Carvalho.

Mas ainda se sabe muito pouco sobre a distribuição geográfica, hábitos e interação com outras espécies do lagarto baiano. E os pesquisadores alertam também para a necessidade de tratar com atenção especial a preservação do T. sertanejo. Apenas uma das localidades em que foi registrados é protegida por lei, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Pé da Serra, com pouco menos de 13 km quadrados.

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