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Um dos reinos da floresta

Gazeta do Acre-Rio Branco-AC
30 de Mai de 2004

O Acre, de acordo com todas as lideranças indígenas do Estado, é o território brasileiro onde os povos indígenas são mais valorizados. Existem defensores dos povos de uma Secretaria Extraordinária cria-da para atender especificamente as questões ligadas aos assuntos indígenas a organizações não-governamentais prontas para atender aos interesses dos que sentirem-se prejudicados. A causa dos índios é defendida até mesmo dentro da Assembléia Legislativa, onde o deputado estadual Moisés Diniz (PC do B), que é neto de índios da etnia Ashaninka, afirma que 70% do seu mandato é voltado para as questões indígenas. Tanto que a maioria dos projetos de Lei apresentados pelo parlamentar cuidam essencialmente dos objetivos indígenas. No Senado, a atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva tem o cacique Antônio Apurinã como seu segundo suplente. "Não deixa de ser uma forma de valorizarmos os povos indígenas, que são os verdadeiros donos dessas terras", comenta Moisés Diniz.

Uma conquista atrás da outra

O tratamento que os povos indígenas recebem no Acre tornou-se uma referência para muitos outros Estados brasileiros. De acordo com o indigenista Charles Falcão, coordenador do Conselho Indígena Missionário (CIMI), a preo-cupação do Estado e dos movimentos organizados em resgatar a cultura indígena, os valores dos povos da floresta, são elementos essenciais para que o Acre tenha um reencontro com sua origem. "Esse resgate foi necessário tanto para os próprios índios quanto para nós, brancos que fomos os principais responsáveis pela destruição desses povos", comenta.

O CIMI é uma entidade interessada em qualificar e profissionalizar índios, além de ensinar-lhe o caminho da catequização. Segundo Charles, o CIMI trabalha atualmente com um processo altamente informatizado e muito mais ágil na formação de profissionais indígenas, seja na área de Educação ou Saúde. Segundo ele, a sensibilidade dos governantes acreanos, principalmente no governo de Jorge Viana, a valorização pelo movimento indígena e pelos próprios índios ganharam legalidade. "Essa legalidade foi coroada com a criação de uma secretária específica para atender esses povos", disse ele.

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