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Um dia típico na comunidade de Santo Antonio - 1ª parte

Tamuá - http://tamua.wordpress.com
27 de Set de 2010

Cada dia às cinco da manhã, na comunidade de Santo Antonio, no rio Tamuataí, o galo começa o seu concerto de bom dia. Sempre tento me enrolar na rede, para me proteger desta cena matinal e natural, mas não dá certo. Então me acordo por volta de 6 e meia, ou 7 horas, se consigo dormir mais uma meia hora. Saio com cuidado da rede para não despertar nenhuma das outras quatro pessoas que dormem comigo. Vou na cozinha, onde mãe Maria prepara alguns beiju (feita com a massa da mandioca) para o café-da-manhã, enquanto a filha maior vai ao rio para pegar água para fazer café; as menores arrumam a mesa, e não aceitam a minha ajuda, portanto não posso fazer nada, se não ficar sentada e olhar. Da minha cadeira vejo a pia: aqui a mulher prepara e lava o peixe e a carne, onde lava a louça e os dentes, com a água do rio. Perto da pia, um fogão à gás, e um fogão à lenha. Não têm paredes fechando a cozinha, assim você vê e sente o jardim ao seu redor. Os frangos e os cachorros andam em baixo do assoalho de madeira - construído a meio metro do solo, para lidar com possíveis inundações - esperam nós jogarmos algo para comer. Quando os primeiros raios de sol ficam mais quentes, pequenos pássaros entoam uma amável opera, com o acompanhamento dos insetos.

Depois do café da manhã, o avô, a mãe e a filha maior vão na roça, para tirar mandioca. O pai vai ajudar os outros homens da comunidade para construir os bancos para a próxima festa do padroeiro, Santo Antonio. A outra filha maior que não foi na roça, lava a louça e a roupa no rio. Os filhos mais novos nadam nas águas douradas do Tamuataí antes de ir para a escola. Ao meio dia, os homens, que trabalharam pesado, voltam para casa para comer; como a maioria não mora na sede central da comunidade, eles vão na cozinha da Edna ou da Maria para comer alguns bons peixes do Tamuataí - tambaqui, tamuatá, acari, pescada ou mapará. Na mesa não pode faltar a farinha de mandioca, e a polpa, um pouco amarga, do açaí.

http://tamua.wordpress.com/2010/09/27/dia-tipico1/

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