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UFT aprova cota para estudantes de comunidades quilombolas

G1 - http://g1.globo.com
Autor: Jesana de Jesus
20 de Nov de 2013

As vagas estarão disponíveis a partir do vestibular 2014/2. Vice-reitora diz que UFT oferecerá apoio pedagógico para os alunos.

A Universidade Federal do Tocantins (UFT) aprovou, por meio do Conselho Universitário (Consuni), cota para estudantes pertencentes a comunidades quilombolas no processo seletivo dos cursos de graduação da UFT. A aprovação aconteceu durante uma reunião nesta terça-feira (19) na universidade, em Palmas.

Durante a reunião os presentes aprovaram de modo unânime pela criação da cota de 5% das vagas disponíveis, o que quer dizer que os moradores e descendentes de comunidades quilombolas terão 85 vagas do total disponibilizado pela universidade. As vagas são para ingresso a partir do segundo semestre do ano que vem.

Segundo o professor e escritor Wolfgang Teske, que há mais de dez anos pesquisa comunidades quilombolas do Tocantins, principalmente a comunidade Lagoa da Pedra, na cidade de Arraias, sudeste do estado, o sistema de cotas para quilombolas é um avanço. "Apesar de ter cotas para afrodescendentes, os quilombolas não conseguem ser contemplados. A disputa é desigual". Teske argumenta que as vagas destinadas exclusivamente a esta população vão ajudar mais estudantes das comunidades a chegarem na universidade e a minimizar a discriminação racial e social.

Segundo o pesquisador, no Tocantins a população quilombola é maior que a indígena. Há 28 comunidades reconhecidas segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Conforme informações do professor Teske cerca de 18 estão em processo de reconhecimento e mais de 30 ainda caminham para este processo.

Dados da Secretaria de Defesa Social do Tocantins apontam que são 37 comunidades quilombolas em processo de identificação. O supervisor de afrodescendentes e povos indígenas da secretaria, André Luiz Gomes da Silva, confirma que destas, 12 já foram visitadas para receberem o certificado de comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares.

A vice-reitora da universidade Isabel Auler diz que a demanda de cotas para quilombolas é uma discussão antiga. Em 2004 a UFT adotou a cota para indígenas e segundo ela, desde então, os quilombolas vêm apresentando documentos para comprovar a necessidade deles também terem cotas específicas. "Para a UFT é um avanço e reconhecimento. Comprova que a universidade tem um compromisso social", complementa Isabel.

Segundo a vice-reitora, o Ministério da Educação já oferece bolsas de R$ 900 para a permanência do aluno indígena e quilombola na universidade. Além deste incentivo, a UFT vai implementar programas de apoio pedagógico para os estudantes.

Na reunião também ficou definido que a partir de 2014 a universidade vai destinar 50% das vagas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem. Em 2015, segundo a vice-reitora da UFT, 100% das vagas serão preenchidas por meio do Sisu.

http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/11/uft-aprova-cota-para-e…

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