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UE quer barrar madeira ilegal

OESP, Vida, p. A13
20 de Out de 2008

UE quer barrar madeira ilegal
Nova lei tornaria certificado de origem obrigatório

Jamil Chade, GENEBRA

Uma nova lei européia promete atingir em cheio as exportações brasileiras de madeira. A União Européia (UE) anunciou que quer adotar barreiras para impedir a entrada de madeira ilegal nos países do bloco. Cada importador europeu ou empresas que usam a madeira estrangeira terão de provar que o produto comprado das florestas da Amazônia, África ou Ásia são de origem legal.

Cerca de 20% da madeira que entra no mercado europeu é considerada ilegal, sem certificado de origem. A idéia da proposta - que ainda precisa ser ratificada pelos 27 governos da UE - é pressionar os importadores nos países ricos para que comprem apenas madeira certificada de seus fornecedores nos países emergentes, como o Brasil.

A América Latina tem um quarto das florestas do mundo, mas só 1,6% são certificadas, segundo dados da Organização das Nações Unidas.

A idéia européia é criar um mecanismo de créditos de carbono válido em todo o mundo, cujos recursos seriam usados para apoiar a redução do desmatamento em países emergentes. Até 2020, a Europa espera destinar até US$ 3,3 bilhões aos países que mostrem reduções reais das taxas de devastação. A Noruega já fez um acordo desse tipo com o Brasil: comprometeu-se a doar US$ 1 bilhão para a conservação da Amazônia, desde que o País comprove que está reduzindo o desmatamento.

O novo mecanismo será levado pela UE à conferência sobre mudanças climáticas que a ONU realiza em dezembro, na Polônia. O desmatamento é responsável por 20% das emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal gás envolvido no aquecimento global. Com os incentivos financeiros e as barreiras sobre o comércio de madeira, a UE espera cortar pela metade a perda de cobertura florestal até 2020.

OESP, 20/10/2008, Vida, p. A13

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