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UDR acionará União por prejuízos de fazendeiros

OESP, Nacional, p. A9
31 de Jan de 2004

UDR acionará União por prejuízos de fazendeiros
Entidade vai criar comissão fundiária em Mato Grosso do Sul

José Maria Tomazela

A União Democrática Ruralista (UDR) vai processar a União para obrigá-la a ressarcir os prejuízos que os fazendeiros de Mato Grosso do Sul estão tendo com invasões promovidas pelos índios. A defesa dos 14 produtores rurais de Iguatemi e Japorã, na fronteira com o Paraguai, que estão com suas terras ocupadas pelos caiovás-guaranis desde dezembro, será uma das primeiras tarefas do escritório central que a entidade inaugura hoje em Brasília. "Estamos formando uma comissão fundiária no Estado especialmente para cuidar dessas ações", disse o presidente Luiz Antonio Nabhan Garcia.

Segundo ele, os fazendeiros estão tendo prejuízos materiais e morais. "Danos como a depredação e queima das instalações e equipamentos, a morte e sumiço do gado, a destruição de lavouras e o lucro cessante são até fáceis de calcular, mas o que mais afeta esses produtores é o prejuízo moral." Os fazendeiros e familiares foram expulsos de suas casas e despojados de bens de uso pessoal, afirmou. "Essas pessoas se desestruturaram emocionalmente assistindo à destruição de tudo o que é seu sem poder fazer nada.
Enquanto elas passam por privações e constrangimentos, órgãos do governo federal se omitem no cumprimento da lei."

Ele classifica como "escandaloso" e "uma afronta" o desrespeito aos direitos de proprietários que detêm títulos outorgados pelo próprio governo. "Se o governo quer ceder terras para os índios, que o faça dentro da lei, respeitando o direito adquirido, não com essa anarquia generalizada que está aí."

Laudos - Nabhan responsabiliza a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério da Justiça pelo que está ocorrendo na região. Segundo ele, os antropólogos contratados pela Funai emitem laudos passíveis de contestação, mas que acabam prevalecendo porque o processo de demarcação é unilateral. "Sabemos que há antropólogos estrangeiros emitindo laudos, o que o governo não deveria permitir."

O presidente da UDR considera que a questão deveria ser discutida com a sociedade. "De outra forma, vamos entregar o Brasil inteiro para os índios e jogar no mar a população descendente de imigrantes que vive aqui há mais de 500 anos", disse. "Não tem cabimento que o setor produtivo, o maior interessado na questão, não tenha nenhuma participação no processo."

OESP, 31/01/2004, Nacional, p. A9

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