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TSE decide hoje destino do casal Capiberibe

O Globo, O Pais, p.5
15 de Abr de 2004

TSE decide hoje destino do casal CapiberibeBRASÍLIA. O futuro dos mandatos do senador João Capiberibe e da deputada Janete Capiberibe, ambos do PSB do Amapá, será decidido hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dois são acusados de comprar votos na eleição de 2002. No processo movido pelo ex-senador Gilvan Borges (PMDB), maior interessado na cassação, três ministros do TSE já votaram contra os Capiberibe. Parlamentares de quase todos os partidos têm ocupado o plenário do Senado para protestar contra os rumos do processo. Ontem, um ato de solidariedade na Câmara foi suspenso porque os advogados do casal entenderam que poderia ter um impacto negativo na avaliação do TSE. Faltam quatro votos para a sentença. Se perderem, os Capiberibe poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Borges, terceiro colocado na eleição, é hoje funcionário do gabinete da liderança do PMDB. Capiberibe foi governador entre 1994 e 2002. É o maior adversário no estado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB). O processo se baseia no depoimento de duas mulheres. Elas alegam terem recebido R$ 26 para votar no casal. No início do processo, o senador teria sido procurado por uma delas, que estaria disposta a rever seu depoimento em troca de R$ 60 mil. O senador recomendou que procurassem seu advogado, que gravou em vídeo a conversa. O vídeo, porém, tornou-se a principal peça da acusação. O Ministério Público Federal ignorou a tentativa de extorsão. Já votaram no TSE o relator Carlos Velloso e os ministros Peçanha Martins e José Delgado. Velloso aceitou parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral, que contraria a decisão do TRE do Amapá, que inocentou o casal. Segundo o relator, as provas mostram que a livre vontade do eleitor não foi respeitada. O relator citou a apreensão, feita pela Polícia Federal, de R$ 15 mil na casa de correligionárias de Capiberibe, além de material de campanha e vales combustível, escondidos no teto e na casa do cachorro. Velloso sustenta que os acusados não comprovaram a origem desse dinheiro, que significa mais da metade dos gastos da campanha declarados à Justiça Eleitoral.

O Globo, 15/04/2004, p. 5

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