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Trocas de grupo no poder e narcotráfico provocam 'faroeste eleitoral' em MS

Midiamax- http://www.midiamax.com.br
Autor: Celso Bejarano e Izabela Sanchez
02 de Out de 2016

As disputas eleitorais em Mato Grosso do Sul não se limitam a queda de braço envolvendo partidos, políticos e ideias. Acirradas e influenciadas por mudanças no cenário estadual como a derrocada do PMDB, as campanhas têm exigido cuidado especial na segurança em pontos distintos do Estado, principalmente na fronteira com o Paraguai.

De uns dez dias para cá, reta final da campanha, nota-se por meio dos boletins de ocorrências policiais que o interesse pelo pleito implica, também, correntes ligadas ao narcotráfico.

Em Ponta Porã, região de fronteira com o Paraguai, circulam desde a manhã deste domingo homens do Exército, Polícia Federal e também o efetivo do DOF (Departamento de Operações Federais).

Em junho deste ano, em Pedro Juan Cabalero, cidade paraguaia, colada ao município sul-mato-grossense, morreu fuzilado Jorge Rafaat Touman, que tinha cidadania brasileira e, segundo a polícia vizinha, chefiada o narcotráfico na região.

Rafaat, como era mais conhecido, tinha forte influência política tanto do lado paraguaio quanto brasileiro, segundo fontes confidenciaram a polícia paraguaia. Desde a morte do narcotraficante ao menos um pessoa morreu assassinada a cada dois dias.

Ameaças

Na região de Coronel Sapucaia, por exemplo, cidade separada por uma rua do município paraguaio, Capitan Bado, onde mais se produz maconha na América Latina, segundo as autoridades brasileiras, os embates eleitorais têm sido resolvidos no braço. E na bala.

Ali - quase 400 quilômetros de Campo Grande - ao invés dos tradicionais fogos em dias de comícios o que se escuta são rajadas de tiros para o alto.

Há casos de agressão física e exibição de armas contra candidatos a prefeitura.

Lá em Coronel Sapucaia, na quarta-feira passada, Rudi Paetzold, candidato a prefeitura pelo PMDB, disse à polícia ter ido a uma aldeia situada ao arredor da cidade, mas não conseguiu entrar.

Ele foi recepcionado por um grupo armado que o agarrou e apontou uma arma dizendo que retornasse logo, do contrário, poderia ser baleado. O peemedebista carregava na mão uma autorização judicial para entrar aldeia, mas ouviu dos agressores: "os juízes somos nós".

O mesmo Rudi, no sábado (1), teria sido atacado pelo que chamou de "capangas" armados. Este caso ocorreu na cidade de Capitan Bado. O candidato seguia de carro e, ao notar que tinha sido cercado, desceu e fez um arriscado desafio: "atira, atira, não tenho medo de vocês".

Rudi estava com a mulher, conforme mostra o vídeo exibido logo abaixo deste material.

Neste caso, a polícia paraguaia é quem investiga o caso. Já o episódio da aldeia é investigado por policiais de Coronel Sapucaia.

Ainda na semana passada, na cidade de Iguatemi, um policial invadiu um comício e, com arma em punho ameaçou os políticos que ali estavam, entre os quais o deputado federal Carlos Marun e o ex-governador André Puccinelli, ambos peemedebistas.

A questão foi levada para a Secretária de Justiça e Segurança Pública, que reforçou a segurança na cidade.

Segurança

Por determinação do Ministério da Defesa, ao menos 200 homens do Exército foram escalados para atuar na segurança em zonas eleitorais de Ponta Porã e Caarapó, numa aldeia indígena.

As Forças Armadas mantêm ainda em regime de prontidão unidades aéreas e terrestres em Campo Grande e Coxim, na parte norte do Estado.

Já a Polícia Federal pôs efetivos em Corumbá, Dourados, Naviraí e Três Lagoas.

Paranhos, também na região de fronteira com o Paraguai, amedronta até policiais.

Numa recente entrevista divulgada pelo Midiamax o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Miranda, disse que os policiais que ali trabalham querem sair da cidade e que os convocados querem dispensar a proposta.

No meio deste ano um policial civil foi fuzilado dentro de uma academia de ginástica da cidade.

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