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Tribo exige a demarcação – Índios Guarani não são contra obra mas querem garantias de sobrevivência

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: Patrícia Rodrigues
03 de Mai de 2001

Não somos contra o túnel, mas se ele for feito queremos antes as soluções para o nosso povo. Com este desabafo, o cacique Luís Mariano apresentou a posição da tribo Guarani durante uma audiência pública realizada ontem pela manhã, na Assembléia Legislativa.Por mais de duas horas, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério Público, Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e Comissão Parlamentar Externa (CPE) da BR-101 se reuniram para discutir os rumos da duplicação do trecho Sul da BR-101.O maior entrave está no lote 2, onde moram aproximadamente 70 famílias indígenas. A duplicação neste trecho, que corresponde ao Morro dos Cavalos, em Palhoça, depende de definições. A primeira delas pode ser tomada pela Funai, se ela encontrar um dispositivo jurídico que permita a construção do túnel sob a reserva indígena sem ferir a Constituição ou prejudicar a comunidade. Existe também a nova proposta do DNER, de um traçado alternativo, que foi encaminhado ao Ibama há 15 dias. Porém, os primeiros estudos revelam que a construção do túnel causaria menor impacto ambiental. Com isso, as obras no lote 2 podem ficar mais atrasadas em relação aos outros trechos. A expectativa do chefe do 16o Distrito Rodoviário Federal do DNER, Roberto Ribas, é que a duplicação, a partir do lote 3, inicie em meados de dezembro ou início do próximo ano.A tribo reivindica a demarcação das terras e não contesta a importância da duplicação ou instalação do túnel. Somente nos últimos dois anos, quatro índios, a maioria crianças, morreram atropelados às margens da rodovia. Mariano pede mais respeito, e diz que se a comunidade tiver que sair da região, exige que a transferência seja feita para um local com as mesmas dimensões e condições de plantio.

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