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Tribo espera por novo estudo

O Povo- Fortaleza- CE
21 de Mar de 2002

''Falta vontade política da Funai para que o processo de demarcação dos tapebas avance'', considera a liderança indígena Antônio Ricardo Dourado, o ''Dourado Tapeba''. Para ele, a Funai não está dando conta das questões dos índios.

Alexandre Cronner de Abreu, diretor da Funai do Ceará, concorda que falta vontade política na demarcação das terras indígenas. Mas por parte das autoridades, de governadores e deputados. Ele ressalta que desde 1993 as terras tapebas são reconhecidas e delimitadas pela Funai.

O território dos índios tapebas foi oficialmente demarcado em 1997. Mas antes de ser realizada a demarcação física, com a desintrusão dos posseiros e colocação de marcos e placas na área, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) revogou a decisão. O então prefeito de Caucaia, José Gerardo Arruda, entrou com ação judicial pedindo a anulação do processo. Ele alegava que a posse das terras pelos índios podia inviabilizar o crescimento econômico do município. Isso porque, segundo o ex-prefeito, a área indígena tinha o formato de uma ferradura, impedindo Caucaia de crescer para os lados.

Zé Gerardo propôs aos índios, na época, um novo aldeamento em troca da terra. A comunidade não aceitou. Desde então, os índios esperam que a Funai forme um novo grupo de trabalho para ratificar o estudo que havia sido feito em 97. A previsão, segundo os índios, é que o grupo de antropólogos inicie o novo estudo em julho deste ano.

A liderança tapeba Raimunda Cruz do Nascimento afirma que se as terras já fossem demarcadas a tribo poderia enviar projetos de desenvolvimento para entidades não governamentais. ''Os índios querem usar a terra com segurança, sabendo que é deles'', ressalta a índia.

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