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Transferência da Funai deixa os índios revoltados

A Notícia Digital
Autor: Simone Alves
03 de Abr de 2008

A transferência da Administração Executiva Regional da Funai de Cuiabá para Juína mobilizou mais de 300 índios de oito etnias. A mudança foi determinada pela Portaria 223, publicada no Diário Oficial da União no último dia 26. Com ela, a sede regional da Capital perdeu a autonomia financeira e administrativa e foi transformada em núcleo de apoio operacional. Já Juína passa a ser sede regional e vai administrar as unidades de Cuiabá, Rondonópolis e Vilhena (RO).

Os índios rejeitam a transferência e resolveram acampar na antiga sede regional de onde só pretendem sair quando a mudança for desfeita. Os índígenas afirmam que foram prejudicados, já que a Capital dispõe de mais recursos financeiros e sociais. Segundo Creusa Soripa, do povo Umutina de Barra do Bugres, líder da manifestação, Juína conta com apenas 10 servidores, enquanto Cuiabá registrava 50. "Funai é aqui. Índios de Mato Grosso se unem aqui e vinhemos cobrar nossos direitos", disse Creusa.

Bacairis, Terenas, Xavantes, Umutinas, Bororós, Chiquitanos, Guatós e Nambiquaras estão pintados para a guerra. Para eles, a redução de recursos à Funai significa perder uma luta secular. "Nossos antepassados lutaram por terras. Eles e nós lutamos pela criação da Funai. Nossa pintura são símbolos de nossa luta. Estamos aqui para que ouçam nossa voz", completa Creusa.

Os índios esperam apoio da bancada federal para resolver o impasse. Nesta quarta, eles foram à Assembléia pedir também o auxílio dos deputados e foram recebidos pelo deputado Alexandre Cesar (PT). "A reivindicação é justa e legítima", destacou o presidente da Assembléia, deputado Sérgio Ricardo (PR) nesta quarta, em visita à Funai. Se a transferência não for revista, os índios ameaçam paralisar rodovias em todas as regiões do Estado, que tem cerca de 35 mil índios de 38 etnias.

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