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Tráfico de fauna e flora rende US$ 11 bilhões

O Globo, Ciência e Vida, p. 43
29 de Jul de 2006

Tráfico de fauna e flora rende US$ 11 bilhões
O comércio ilegal de animais e plantas é o terceiro maior negócio ilícito, atrás da venda de drogas e armas

PEQUIM. Seja massacrando rinocerontes para conseguir seus chifres ou antílopes tibetanos para obter lã, o comércio ilegal de vida silvestre movimenta US$11 bilhões ao ano - é o terceiro maior negócio ilícito do mundo, depois do tráfico de drogas e armas.

O número foi divulgado num encontro da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Silvestre Ameaçadas (Cites, na sigla em inglês), um organismo internacional apoiado por praticamente 200 países que se reuniu esta semana em Pequim. O Cites vem cooperando com a Interpol, fornecendo informações que ajudem a coibir o tráfico.

"O comércio ilegal de vida silvestre ameaça à sobrevivência das espécies e leva a danos ecológicos", apontou o organismo em documento divulgado ao fim do encontro, organizado pela Interpol e pela polícia da China.

O tráfico internacional já levou algumas espécies à beira da extinção. Desde 1970, por exemplo, mais de 90% dos rinocerontes selvagens desapareceram em razão do aumento da demanda por seus chifres. O comércio ilegal ameaça muitas outras espécies. A cada ano, milhares de plantas e animais são vendidos ilegalmente.

Em média, as populações de diferentes espécies da Terra declinaram em 40% entre 1970 e 2000 - e o comércio de vida selvagem é apontado como a segunda maior ameaça à sobrevivência das espécies, perdendo apenas para a destruição de seu habitat.

Animais comercializados ilegalmente são vendidos como alimento mas também como bichos de estimação exóticos. Eles também são caçados para a extração de chifres, dentes, couro, pele, lã. Muitas espécies animais e vegetais servem ainda de base para medicamentos. Sem falar na madeira. Os mais diversos produtos feitos a partir do comércio ilegal podem ser encontrados diariamente em lojas de todo o mundo.

No Reino Unido, que tem leis muito severas para impedir o contrabando de espécies silvestres, mais de um milhão de itens foram apreendidos entre 1996 e 2000. ONGs como o WWF e a Traffic pedem que a pena máxima para o comércio ilegal de espécies silvestres no Reino Unido seja elevada de dois para cinco anos.

A China prometeu implementar formalmente o acordo da Cites em setembro, o que seria um considerável incentivo aos esforços internacionais de combate ao tráfico, dadas as grandes fronteiras do país.

O Globo, 29/07/2006, Ciência e Vida, p. 43

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