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Trabalhadores mantidos reféns em aldeia por índios em MT são liberados

G1- http://g1.globo.com
25 de Nov de 2016

Os sete trabalhadores de uma usina hidrelétrica que eram mantidos reféns por índios da etnia Kayabi, na aldeia Kururuzinho, próxima ao município de Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, foram liberados nesta sexta-feira (25). Os indígenas reclamam da contaminação do Rio Teles Pires após um vazamento de óleo na divisa de Mato Grosso com o Pará. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama-MT) investiga o vazamento.

Por meio de nota, a Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) informou que os funcionários já deixaram a aldeia.

Para liberar os trabalhadores, os índios pediam uma reunião com os ministros da Saúde e da Justiça para a liberação dos trabalhadores.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), uma reunião entre representantes do Ibama, dos ministérios da Saúde e da Justiça e os índios foi marcada para o dia 5 de dezembro, em Brasília. A mediação foi feita pela procuradora regional de Sinop, a 503 km de Cuiabá, Flávia Cristina Tavares Torres.

A área onde a mancha de óleo foi localizada fica próxima a uma hidrelétrica em construção e de outras aldeias indígenas. Segundo o cacique Tawai Kaiabi, da aldeia Dinossauro, os índios estão revoltados com a poluição e atribuem o vazamento de óleo à construção da hidrelétrica em construção. "Sabemos que a culpa são deles e, por isso, estamos cobrando respostas", disse Tawari.

Mancha de óleo

De acordo com o Ibama, a mancha de óleo foi avista por equipes que faziam a fiscalização em áreas de desmatamento na região. Os sobrevoos foram feitos para saber a extensão da mancha de óleo. "Era uma mancha única e foi avistada até uns 5 km da barragem da usina", disse César Soares, responsável pelo Núcleo de Emergência Ambientais do Ibama.

O órgão ainda investiga a origem do óleo. "Não sabemos se a mancha é proveniente da construção da usina ou se foi expelida de balsas garimpeiras da região", afirmou Soares. A mancha, ainda segundo o Ibama, desapareceu na terça-feira (15). A Polícia Federal também deve apurar o caso.

Em um vídeo, o cacique relatou a dificuldade de encontrar peixes para o consumo. Em alguns pontos do rio, segundo ele, foram encontrados peixes, um boto e cágados mortos.

A água potável consumida pelos índios tem chegado de barco até as aldeias. Os galões de água mineral foram disponibilizados pela empresa responsável pela construção da hidrelétrica. A medida já era prevista e faz parte de um estudo de impacto ambiental feito pela empresa.

Segundo a antropóloga Fernanda Silva, do Fórum Teles Pires, existem pelo menos 15 aldeias indígenas ao longo do rio.

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/11/trabalhadores-mantidos-…

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