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Técnica do Banco Mundial defende implantação do modelo de gestão

Última Hora News
17 de Mai de 2008

Técnicos do BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) estiveram hoje (16.05) no município de Dourados para supervisionar as ações desenvolvidas nas aldeias da região e a aplicação dos recursos provenientes do Vigisus - convênio entre o Banco Mundial e o governo brasileiro. Em função dos resultados positivos alcançados nas ações de atenção à saúde indígena, o modelo adotado em Mato Grosso do Sul poderá ser implantado em outras regiões.

Por meio do Vigisus foram implantados três postos de saúde indígena nas aldeias Jaguapiru, Pananbizinho e Bororó. "Estamos constantemente monitorando o trabalho nessas uniadades”, disse o coordenador regional da Funasa no Estado, Flávio da Costa Britto Neto, para quem "os resultados alcançados até agora são extremamente positivos".

A especialista em saúde do Departamento de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial, Joana Mira Godinho, disse ter gostado do que viu na região. "Estou observando que os recursos do Vigisus estão sendo muito bem aplicados. Encontrei muito entusiasmo por parte dos funcionários da saúde indígena. Do ponto de vista do trabalho, o banco propôs à Funasa enviar uma equipe de consultores para avaliar este modelo para que seja implantado em outras regiões", concluiu.

Durante a manhã, Flavio Britto participou de reunião técnica com os técnicos do BIRD e da Funasa, quando foi feita uma explanação sobre o histórico da saúde indígena de Mato Grosso do Sul. Segundo ele "o trabalho de atenção à saúde indígena no Estado passa por um momento de ajustes. Com a melhoria da infra-estrutura dos postos de atendimento foi observada significativa melhora nos indicadores de saúde. O trabalho da Missão Evangélica Caiuá e da SAS (Secretaria de Assistência Social) também contribuem muito para isso".

No encontro, o coordenador técnico das equipes multidisciplinares de saúde indígena da Funasa, Zelick Trajber, apresentou aos técnicos do Banco Mundial os indicadores de saúde do pólo base de Dourados. De acordo com ele, os indicadores, entre 2000 e 2007, são altamente positivos, principalmente em função do trabalho das equipes multidisciplinares, que possuem um contato direto com a comunidade.

"Na medida em que se foi ampliando e capacitando estes profissionais, observamos uma significativa redução nos índices de desnutrição nessas comunidades. Atualmente, esse não é o problema mais grave encontrado nestas aldeias, mas sim as questões de caráter social. São os problemas sociais os responsáveis pelos casos de violência e dependência química registrados nos últimos anos", ressaltou Zelick Trajber.

Para ele, cuidar das questões indígenas implica realizar parcerias com órgãos como a Funai e o Ministério Público. Para reduzir os problemas sociais, o pólo-base de Dourados está implantando programas de assistência social para acompanhar as famílias indígenas.

Durante a reunião, foi apresentado também aos representantes do Banco Mundial, o trabalho de acompanhamento que está sendo realizado junto às gestantes, o Pré-natal é de grande importância pois previne problemas como a má formação congênita e os partos prematuros, casos cada vez mais freqüentes nas comunidades indígenas.

Para Williames Pimentel, diretor nacional do Projeto Vigisus II, é extremamente positivo a supervisão do Bird para avaliar os resultados da aplicação dos recursos financiados pela instituição, cuja execução é feita pelo Ministério da Saúde, através da Funasa.

"Isso mostra que a Funasa procura dar resolutividade e melhorar a qualidade de vida das populações indígenas. Além disso, a visita comprova que os recursos estão sendo bem aplicados, mesmo porque esse comportamento traduz a política adotada pelo presidente da Funasa, que denota transparência e bom uso dos recursos públicos", ressaltou.

O município de Dourados possui 5 equipes multidisciplinares que trabalham diretamente nas aldeias, com profissionais como agentes indígenas de saúde, auxiliares de enfermagem, agentes indígenas de saneamento, médicos, enfermeiros e nutricionistas. O pólo conta também com dentista, psiquiatra, psicólogo e assistente social. Em Mato Grosso do Sul, 100% dos índios estão em dia com o calendário de vacinação.

Também participaram do encontro o diretor do DESAI, Wanderley Guenka, o coordenador geral do Projeto Vigisus II, Hermézio Serrano Filho, o coordenador do DESAI, Flavio Nunes, o gerente do Projeto de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Carlos Coloma e o presidente do Conselho Distrital Indígena, Fernando de Souza.

Após a reunião, os representantes do Banco Mundial, e os técnicos da Funasa, visitaram dois posto de saúde na Aldeia Bororó e um na Aldeia Jaguapiru, além de visitas à CASAI (Casa de Saúde Indígena) e ao Centrinho.

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