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Suspensa operação de retirada de gado de ilha

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Wherbert Araújo
20 de Set de 2005

Ilha do Bananal - Índios apreenderam helicóptero que seria utilizado em ação; reunião discutirá hoje o impasse

O helicóptero que presta serviço para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), prefixo "PT - HMI", que seria usado na operação de retirada do gado da Ilha do Bananal está em poder dos índios Javaé e o trabalho está suspenso no local, por motivo de segurança. Na semana passada, o Ibama havia negado rumores de que a aeronave teria caído na região, informando que houve apenas problemas técnicos ao decolar e que o helicóptero teria retornado à Brasília (DF) para reparos. Ontem, em nota oficial, o Instituto esclareceu que, por medidas de segurança, a informação verdadeira teria sido omitida, uma vez que estava em risco toda a operação de retirada do gado da Ilha.

Segundo o Ibama, com a aeronave pousada dentro dos limites do Parque Nacional do Araguaia, os índios poderiam se aproveitar da situação. E foi o que aconteceu. Segundo o Instituto, no último dia 15, por volta das 11h40, a aeronave teria perdido altitude ao decolar de um retiro de gado localizado no Parque, ao Sul da Ilha do Bananal, situado no município da Lagoa da Confusão, o que causou problemas na estrutura da aeronave. A peça que faltava deveria ter chegado de Brasília ontem, mas, segundo o Ibama, no último domingo, os indígenas se apropriaram da aeronave.

Mas, segundo administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Gurupi, na região Sul do Estado, Euclides Dias Lopes, os índios Javaé não se apropriaram do helicóptero. Segundo o administrador, eles apenas esperam a presença do Ibama na reunião marcada pra hoje, na cidade de Lagoa da Confusão, região Sudoeste do Estado, para discutirem a retirada do gado da ILha do Bananal.

Reunião
Está marcada para hoje uma reunião, em Lagoa da Confusão, entre a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério Público Federal, representantes da etnia Javaé e o Ibama. Segundo a nota oficial emitida pelo órgão, o Ibama não irá comparecer, por falta de segurança oferecida naquele município, uma vez que a instituição vem sofrendo diversas ameaças, sendo sugerida uma discussão na Capital.

Entenda

No mês de julho, um oficial de justiça entregou aos pecuaristas a ordem da retirada dos bovinos na região Norte da Ilha. Durante esse tempo, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adapec), alegando precisar de mais tempo para a vacinação do gado na ilha, pediu uma prorrogação do prazo para o dia 15 de setembro. Após esse período, iniciaria uma fiscalização aérea a fim de verificar a presença de gado na região. Caso houvesse presença de rebanhos, o Ibama estaria aplicando multas de R$ 500 ao dia por cabeça de gado que permanecesse na Ilha. Segundo os representantes das etnias Karajá e Javaé, beneficiadas com o pagamento de R$ 2,00 por cabeça de gado, dezenas de famílias seriam prejudicadas. Eles afirmam que não são contra a transferência dos bovinos, desde que seja feita a retirada total dos rebanhos da ilha, não apenas os da região Norte. O Ministério Público Federal tem procurado intermediar os conflitos relativos à retirada do gado.

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